Aliás, as necessidades de interação com outras crianças não surgem de forma natural em todas crianças (e.g., crianças mais tímidas ou introvertidas e, por isso, com um ritmo próprio de aproximação ao outro), salientando precisamente que todas são diferentes (e ainda bem!).
É, por isso, essencial tentar identificar as causas que podem estar a dificultar a interação social – escutando o que a criança sente e validando esses sentimentos; observando o seu comportamento. E ainda que possa parecer que não controla as amizades que a sua criança constrói, pode ser um grande motor para contribuir e apoiar a aquisição desta competência social, estimulando pacientemente a que a sua criança se ramifique fora da sua zona de conforto e se relacione com outras crianças de forma saudável. Mas como? Pensemos neste assunto como se de um teatro de crianças em idade escolar se tratasse e de com os pais podendo assumir diversas personagens. Cada uma delas poderá influenciar, de maneira distinta, as crianças nas suas relações de amizade e não são mutuamente exclusivas, isto é, podem estar presentes em simultâneo, dependendo das exigências das situações. O Mediador – os pais podem servir de mediadores, ao incentivarem a construção de pontes entre as suas crianças e os seus pares. Proporcionar momentos de brincadeira de forma intencional (e.g., convidar os amigos para um lanche) sem que a criança se sinta exposta, mas sim confortável. Numa fase inicial, as interações ocorrem em lugares de conforto ou com pessoas da confiança da criança por perto. Isto pode ajudar as crianças a estabelecerem contacto com os colegas e, com o tempo, a expandir a relação. O Supervisor – os pais podem supervisionar as interações entre a criança e os colegas. É importante salientar que é importante manter o equilíbrio entre estar por perto, para orientar e oferecer apoio quando necessário, e dar espaço à criança para que possa, de forma autónoma, experimentar-se na relação com as outras crianças e aprender – as crianças aprendem com as consequências naturais das suas ações. O Conselheiro – os pais podem servir de conselheiros quando os colegas não estão presentes, isto é, ajudando a criança a praticar (lembrem-se, as competências sociais são aprendidas). Exemplos: 1) ajudar a criança sobre como poderá iniciar uma interação com outras crianças, por exemplo, a como se apresentar (e.g., “Olá, eu chamo-me … e tu? Queres brincar comigo?”); 2) incentivar a que realizem interações de forma gradual e progressiva com pequenos desafios (e.g., “o que achas de hoje, no parque, tentares sorrir e acenar para alguma criança, enquanto estiveres a brincar?”); 3) reforçar a que a sua criança saiba que todas as crianças podem ser potenciais amigos. E no decorrer de todo o processo, e de igual importância: elogie a sua criança! Reforçar de forma positiva os esforços que a criança faz incentiva-a e ajuda-a a que se sinta mais confortável e confiante na interação. E, no final de contas, é em todo este processo que a conexão faz crescer – aos pais e às crianças! Educar é semear com sabedoria e colher com paciência (Augusto Cury) Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós, ManifestaMente, Patrícia Moreira Referências: -Alves, D. R. P., & Cruz, O. (2010). Preditores emocionais e sociais da aceitação pelos pares em crianças de idade escolar. Psicologia, 24(2), 113-129. -American Psychological Association. (2023, January 17). How to help kids navigate friendships and peer relationships. https://www.apa.org/topics/parenting/navigating-friendships. -Insights (2023, May 25). Helping Your Children Develop Positive Peer Relationships.https://insights.lifemanagementsciencelabs.com/positive-peer-relationship-kids/ Os comentários estão fechados.
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