|
Em 2025, o Instituto Nacional de Estatística divulgou dados que denunciam uma realidade preocupante para a saúde em Portugal: 42,3% dos residentes com 16 anos ou mais vivem com uma doença crónica ou um problema de saúde prolongado. Este número não só é elevado, como coloca Portugal entre os três países da Europa com a maior proporção de pessoas a enfrentar este desafio.
A dor que não se vê mas que se faz sentir e os medos silenciosos A dor crónica é muitas vezes invisível aos olhos dos outros, no entanto, é profundamente sentida por quem a vive. Infelizmente, o estigma ainda existe e leva muitos doentes a sentirem-se incompreendidos e a sentirem que a sua dor não é validada pelos familiares, parceiros, amigos e sociedade em geral. Esta invisibilidade aumenta os medos que, embora sejam silenciosos, são reais:
Além disso, é frequente que a dor constante esteja frequentemente relacionada com condições como ansiedade, depressão e perturbações do sono e alterações do apetite, o que contribui para um ciclo difícil que prejudica a qualidade de vida da pessoa. O caminho para a aceitação: estratégias eficazes Aceitar a dor crónica não é desistir, é aprender a viver melhor com ela. Quando conseguimos mudar a forma de pensar e focar-nos nas coisas que são importantes para nós, conseguimos lidar melhor com o sofrimento e ter mais força para seguir em frente. Algumas estratégias práticas para gerir a dor e viver melhor incluem:
Conclusão Viver com uma doença crónica e conviver diariamente com a dor é um desafio que exige muita força e coragem. Aceitar esta realidade não significa desistir, mas sim encontrar formas de seguir em frente e manter a qualidade de vida. Através de estratégias eficazes e apoio adequado, é possível reduzir o sofrimento emocional e viver uma vida mais equilibrada e significativa. Procurar ajuda quando necessário é um passo essencial para transformar o desafio da dor crónica numa experiência de crescimento e resiliência. Juntos pela saúde mental de todos nós, Catarina Guerra Referências -Azevedo, L. F. Costa-Pereira, A., Mendonça, L., Dias, C. C., & Castro-Lopes, J. M.(2012). Epidemiology of chronic pain: A population-based nationwide study on its prevalence, characteristics and associated disability in Portugal. The Journal of Pain, 13(8), 773–783. https://doi.org/10.1016/j.jpain.2012.05.012 -Eccleston, C., Fisher, E., Craig, L., Duggan, G. B., Rosser, B. A., & Keogh, E.(2014). Psychological therapies for the management of chronic and recurrent pain in children and adolescents. Cochrane Database of Systematic Reviews, 5, CD003968. https://doi.org/10.1002/14651858.CD003968.pub5 -Instituto Nacional de Estatística (2025). 42,3% da população com 16 ou mais anos referiu ter doença crónica ou problema de saúde prolongado (Relatório). https://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?att_display=n&att_download=y&look_parentBoui=712323058 -Kroska, E. B. (2016). A meta-analysis of fear-avoidance and pain intensity: The paradox of chronic pain. Scandinavian Journal of Pain, 13, 43–58.https://doi.org/10.1016/j.sjpain.2016.06.011 -McCracken, L. M., & Morley, S. (2014). The psychological flexibility model: a basis for integration and progress in psychological approaches to chronic pain management. The Journal of Pain, 15(3), 221–234.https://doi.org/10.1016/j.jpain.2013.10.014 -Ojala, T., Häkkinen, A., Karppinen, J., Sipilä, K., Suutama, T., & Piirainen, A. (2015).Although unseen, chronic pain is real – A phenomenological study. Scandinavian Journal of Pain, 6(1), 33–40. https://doi.org/10.1016/j.sjpain.2014.04.004 -Perugino, F., De Angelis, V., Pompili, M., & Martelletti, P. (2022). Stigma and chronic pain. Pain and Therapy, 11(4), 1085–1094. https://doi.org/10.1007/s40122-022-00418-5 -Perugino, L. A., Sisto, A., Vicinanza, F., & Tambelli, R. (2022). A systematic review on psychological treatments for chronic pain and comorbid emotional disorders in adulthood. Pain and Therapy, 11, 933–955. https://doi.org/10.1007/s40122-022-00418-5 Comments are closed.
|
Categorias
All
Histórico
Novembro 2025
|
RSS Feed