É natural querermos sentir-nos aceites. Fazer parte de um grupo dá-nos um sentimento de pertença e segurança, mas que, por vezes, pode vir acompanhado de uma pressão subtil (ou não tão subtil assim...) para agir de determinada maneira, vestir de certa forma ou ter determinadas opiniões. Essa necessidade de encaixar pode levar-nos a tomar decisões que, no fundo, não correspondem a quem somos, ou ao que realmente queremos.
A pressão que os outros exercem em nós pode surgir de várias formas. Pode ser direta, como alguém insistir para experimentar algo que não nos sentimos confortáveis a fazer, ou mais discreta, gerando a sensação de que temos de mudar a nossa forma de ser para sermos aceites. Pode acontecer entre amigos, na escola ou até online, onde as redes sociais muitas vezes criam a ilusão de que há uma maneira “certa” de ser e agir. Quando toda a gente parece estar a seguir determinado padrão, pode ser difícil resistir e defender aquilo em que acreditamos. Lidar com esta pressão não é fácil, mas há formas de a gerir sem comprometer quem realmente somos: 1. O primeiro passo é aprender a reconhecer quando estamos sob uma influência negativa. Perguntar: “Estou a fazer isto porque quero ou porque sinto que tenho de o fazer para ser aceite?” Se a resposta for a segunda, então é um sinal de que talvez estejamos a ceder à pressão. Uma das melhores formas de nos mantermos fiéis a nós mesmos é desenvolvermos a nossa autoconfiança. Esforçarmo-nos por aceitar e ter segurança nas nossas opiniões, valores e limites, poderá ajudar a resistir as influências que nos trazem desconforto. Isto não significa que não podemos experimentar coisas novas ou mudar de ideias, mas essas mudanças devem vir de nós, e não da pressão dos outros. 2. Também é importante termos à nossa volta pessoas que nos respeitam e aceitam como somos. Pessoas que são amigas verdadeiras não nos obrigam a fazer algo que não queremos ou a mudar para sermos aceites. Se sentimos que precisamos de nos forçar a ser alguém que não somos para agradar a um grupo, talvez esse não seja o grupo certo para nós. Às vezes, afastar certas pessoas pode ser difícil, mas, no final, estar rodeado de quem nos valoriza faz toda a diferença. 3. Quando a pressão se torna intensa, dizer “não” é sempre uma opção. Podemos recusar de forma direta, mudar de assunto ou afastar-nos. 4. Se for uma situação complicada, não hesites em pedir ajuda a uma pessoa de confiança. Não estás só e vai haver sempre alguma pessoa disposta a apoiar-te - às vezes até pode ser alguém que ainda não considerámos: amiga/o, professor/a, familiar, profissional de saúde, o psicólogo da escola (outros recursos aqui). Sermos fiéis a nós próprios pode parecer um desafio, mas a longo prazo, é o que nos faz sentir mais felizes e em segurança. Todas as pessoas têm um caminho único, e não há problema nenhum em segui-lo ao nosso ritmo. Aceitar quem somos e respeitar os nossos próprios limites é uma das maiores provas de força que podemos dar a nós próprios. Ler também
O que é isto de diversidade e Saúde Mental
Quem sou eu e qual é o meu lugar no mundo? A minha saúde mental: Manter, melhorar, prevenir Isto é normal? Quais são os sinais de alerta em relação à minha saúde mental? Como pedir ajuda? O que está a acontecer no meu cérebro na adolescência? A descoberta da nossa sexualidade e identidade de género O que é isto de questões étnicas e raciais O que é isto de neurodiversidade? Porque é que a diversidade é tão importante para nós, jovens? Discriminação existe e eu vejo-a todos os dias Bullying existe e eu vejo-o todos os dias Como posso ser uma pessoa mais inclusiva? Estes conteúdos foram produzidos pela equipa multidisciplinar da ManifestaMente em Abril de 2025, no âmbito do Kit Básico de Saúde Mental para Jovens - saber mais.
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