Por vezes é difícil iniciar uma conversa (e mantê-la) com o/a seu/sua filho/a. Contudo, sabemos que é fundamental manter um canal de diálogo aberto e por isso existem algumas estratégias que podem facilitar esta tarefa: 1. Ouvir sem julgamentos É fundamental que o/a jovem sinta que é compreendido e que os pais têm interesse por si. Pergunte sobre os hobbies, amigos, séries favoritas, músicas… Isso mostra que se interessa e se importa com a sua vida, sem parecer invasivo. Em vez de dar conselhos imediatos, ser crítico ou tentar corrigir tudo, apenas ouça. Às vezes, os/as adolescentes só querem ser ouvidos/as sem julgamento. Evite reações exageradas ou demasiado críticas quando for partilhado algo difícil. Se ele/a sentir que será julgado ou punido, sem uma explicação compreensiva, pode inibir-se de falar sobre as suas emoções no futuro. 2. Respeitar o seu espaço e tempo Nem sempre os/as jovens querem conversar no momento que nós decidimos. Procure observar os momentos em que parece mais receptivo – pode ser antes de dormir, durante uma refeição ou até no carro. Não o/a force a falar se ele/a se mantiver em silêncio - tente noutra altura. Não reclame (“Nunca me contas nada!”) e procure uma abordagem mais compreensiva (“Gostava muito que me contasses mais coisas e de te poder ajudar quando precisas”). 3. Comunicar de forma clara e direta Grandes sermões normalmente não têm o resultado esperado. Seja direto/a, sem rodeios e mostre respeito pelas ideias e sentimentos do/a seu/sua filho/a. É fundamental o/a jovem sentir respeito na relação. Procure mostrar-lhe claramente que o/a jovem não é o que fez (é diferente o que “ele/a é” daquilo que “ele/a fez”). 4. Partilhar as suas experiências e as suas vulnerabilidades Em vez de apenas dar ordens, partilhe histórias suas, incluindo erros e aprendizagens. Falando de si pode incentivar a falar dele/a próprio, humaniza a relação e pode ajudar a lidar melhor com os seus próprios erros. 5. Ajudar a pensar “Como te posso ajudar?” , “O que achas que precisas para conseguires estudar melhor?” são bons exemplos de perguntas que podem incentivar a reflexão do/a jovem, fazer com que se sinta compreendido/a e permitir que os pais intervenham com o seu consentimento. Procure ajudar o/a jovem a focar-se nas soluções, incentivando a pensar nas consequências de cada decisão e por fim a tomar a decisão que considera mais correta ou benéfica. Se o/a jovem assumir um papel mais ativo na tomada de decisão, está a treinar a autonomia e a responsabilização. 6. Estabelecer limites É importante que o/a jovem compreenda a existência de limites estabelecidos pelos pais. Deve agir com firmeza, garantindo o controlo da situação com afecto e compreensão. O/a seu/sua filho/a pode discordar mas deve sentir que não pode desrespeitar esses limites. Seja claro/a, firme, coerente e afetuoso/a. 7. Ter paciência Mudanças não acontecem de uma hora para outra. Se hoje não correu bem, tente novamente amanhã. 8. E se as dificuldades em comunicar se mantêm? O que posso fazer? Se a comunicação se mantém difícil, mesmo após ter tentado todas as abordagens acima referidas, e existem discussões e confrontos constantes, então poderá considerar procurar a ajuda de um(a) psicólogo/a. Estes conteúdos foram produzidos pela equipa multidisciplinar da ManifestaMente em Abril de 2025, no âmbito do Kit Básico de Saúde Mental para Jovens - saber mais.
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