A adolescência constitui uma fase de crescimento e maturação fundamental, durante a qual se começa a construir a própria identidade, os padrões de resposta ao stress e aos desafios da vida e se desenvolvem competências pessoais que irão influenciar de forma determinante o funcionamento em adulto. É também uma fase marcada por profundas alterações corporais e da autoimagem, e de exploração da sexualidade. A adolescência é, ainda, um momento de transição para a adultícia, no qual se impõem algumas decisões relevantes quanto ao futuro académico e profissional do indivíduo. O contexto escolar é cada vez mais reconhecido como um ambiente crucial para promover a saúde mental das crianças e jovens, devido à sua acessibilidade e à quantidade substancial de tempo passado na escola. É na escola onde ocorrem muitas das experiências significativas que contribuem para a saúde mental e que podem contribuir para o envolvimento e desempenho académico. Há evidências significativas de que os programas escolares de promoção da saúde mental resultam em melhorias na saúde mental, bem-estar e resultados académicos. Estes programas devem assumir uma perspectiva compreensiva e holística, de “saúde mental em toda a escola”, integrando todos os elementos: alunos, professores, funcionários, pais e cuidadores, e também decisores políticos e instituições do terceiro sector. Os/as professores/as estão entre as pessoas mais influentes na vida dos/as jovens, apresentando um enorme potencial para dar o seu contributo positivo para a promoção e proteção da sua saúde mental. A comunicação entre professores/as e estudantes na adolescência é frequentemente marcada por momentos de tensão e conflito, muitas vezes manifestados através da contestação da autoridade. Esse confronto não deve ser visto apenas como um problema, mas como uma etapa natural e necessária do desenvolvimento da pessoa jovem. Um dos principais motores desse conflito é a crescente capacidade argumentativa do/a adolescente. Este/a começa a questionar regras, valores e expectativas, utilizando a lógica e o raciocínio crítico para defender os seus pontos de vista. Embora esse comportamento possa ser exaustivo para professores, representa um avanço essencial no seu desenvolvimento. Quando bem conduzidos, esses momentos de confronto transformam-se em oportunidades valiosas para que o/a jovem aprenda a expressar as suas opiniões, desenvolva o pensamento crítico e compreenda a importância da responsabilidade pelas suas escolhas. Ler também
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