A criação de ambientes seguros e inclusivos nas escolas é essencial para evitar que surjam situações de discriminação e bullying, que podem afetar profundamente o desenvolvimento emocional e social de adolescentes. Estas situações afetam sobretudo grupos marginalizados, como jovens de minorias étnicas e culturais, vindos de contextos socioeconómicos desfavorecidos, LGBTQIA+ ou portadores de deficiência ou de alguma característica física ou psíquica considerada fora do padrão normalizado no contexto em que se inserem. Estes comportamentos têm frequentemente origem no medo do que é estranho ou desconhecido e em preconceitos e estereótipos enraizados culturalmente, refletindo muitas vezes uma ausência de educação para a diversidade e a empatia. No contexto escolar, é fundamental que as pessoas que educam estejam atentas a esses padrões discriminatórios, tanto nas interações entre estudantes como no ambiente digital. O cyberbullying, em particular, é um dos formatos mais insidiosos de bullying, permitindo às pessoas agressoras atingir as vítimas de forma constante e anónima, através de mensagens privadas ou comentários públicos, o que intensifica o impacto emocional e psicológico. Por isso, é importante que professores/as e educadores/as adotem uma postura preventiva e estejam preparadas/os para intervir sempre que necessário. O que é a discriminação?Falamos de discriminação quando alguma pessoa é tratada de forma injusta ou desfavorável por causa de uma característica pessoal, como a sua cor de pele, origem, étnia, género, orientação sexual, religião, deficiência, aparência ou qualquer outro fator que o torne diferente aos olhos das outras pessoas. Isso pode acontecer de forma direta, com insultos ou exclusão, ou de forma mais subtil, através de preconceitos e oportunidades desiguais. A discriminação pode estar presente em vários contextos, como na escola, no trabalho, nas redes sociais ou até em pequenas interações do dia-a-dia. Muitas vezes, isto também pode vir do medo do que é diferente, de considerar aquilo que não se conhece como uma ameaça. Se desde cedo não houver incentivo ao respeito e à empatia, os preconceitos enraízam-se e tornam-se a base para a discriminação. É por isso que educar para a diversidade é tão importante. Quando percebemos que as diferenças não são um problema, mas sim algo que torna o mundo mais rico e interessante, conseguimos criar relações mais saudáveis e ambientes onde todas as pessoas se sintam seguras para serem quem realmente são. O que é o bullying? Podemos definir bullying como o ato repetitivo e intencional de magoar uma pessoa ou grupo, por outra pessoa ou grupo, numa relação que envolve um desequilíbrio de poder. É frequente as/os jovens discutirem e, por vezes, fazerem ou dizerem coisas desagradáveis uns aos outros. Apesar de poder ser uma situação muito perturbadora para a/o jovem, não é uma situação de bullying. Trata-se de bullying quando estamos perante comportamentos intencionalmente agressivos, que acontecem repetidamente. O bullying nunca é aceitável. Não é normal, não faz parte de “ser adolescente” ou de “crescer” e definitivamente não torna as/os jovens “mais fortes”. A/o jovem não está a ser vitima por ser fraca/o, nem quem está a ter comportamentos de bullying é forte. O bullying pode acontecer em vários contextos: na escola, designadamente nos locais com menos supervisão e onde uma pessoa jovem possa ser isolada das outras; durante as aulas, dentro da sala; no percurso escola-casa; dentro de grupos de “amigos”, etc. Pode assumir várias formas como: provocar, fazer comentários depreciativos, chamar nomes, gozar, ameaçar, ignorar deliberadamente ou excluir o/a jovem de jogos e atividades, e/ou incentivar outros a fazer isso, pregar partidas maldosas, espalhar rumores ou histórias depreciativas, arranhar, cuspir, empurrar, pregar rasteiras ou bater, roubar, estragar as coisas ou exigir dinheiro. Cada vez mais a investigação enfatiza que o bullying não pode ser encarado apenas como um processo isolado entre o agressor e a vítima, mas sim um fenómeno de grupo, que compreende a participação de outras pessoas, as que assistem e/ou incitam a pessoa agressora, os outsiders ou cúmplices por passividade e as defensoras da vítima. O cyberbullying, em particular, é um dos formatos mais insidiosos de bullying, permitindo aos agressores atingir as vítimas de forma constante e anónima, através de mensagens privadas ou comentários públicos, o que intensifica o impacto emocional e psicológico. É crucial entender que estas situações não surgem apenas por uma falha individual, mas refletem também lacunas na educação e na criação de ambientes inclusivos. Combater a discriminação e o bullying exige um esforço coletivo e contínuo, que envolve não apenas as/os jovens, mas também cuidadoras/es, educadoras/es e a comunidade em geral. O que posso fazer para prevenir discriminação e o bullying na escola? Medidas que permitam a identificação de sinais de alerta, a criação de espaços de confiança, a definição de regras claras contra bullying e o ensino de competências sociais e emocionais, como por exemplo:
Combater a discriminação e o bullying exige um esforço coletivo por parte de toda a comunidade escolar — professores/as, funcionários/as, família, cuidadores/as e estudantes. A promoção de um ambiente inclusivo não deve ser vista apenas como uma responsabilidade da/o educador/a, mas como uma missão conjunta, que envolve a promoção de valores de respeito e igualdade, ajudando cada pessoa a crescer de forma saudável e a ser respeitada na sua individualidade. Estes conteúdos foram produzidos pela equipa multidisciplinar da ManifestaMente em Abril de 2025, no âmbito do Kit Básico de Saúde Mental para Jovens - saber mais.
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