Se um(a) estudante for vítima de bullying, é necessário intervir de imediato:
Quando percebmos que um dos nossos/as alunos/as estão a fazer bullying, é importante não rotular a pessoa como “bully” - o rótulo faz a pessoa acreditar que o bullying é o que ela é, em vez de ser um comportamento que ela pode mudar. O bullying é uma escolha comportamental, não um traço de carácter - é mais útil dizer que o comportamento foi de bullying do que a/o jovem é um bully. É importante lembrar que uma pessoa que exerce bullying sobre outros também precisa de orientação. Converse com ela para tentar compreender as motivações do seu comportamento, como insegurança, necessidade de aceitação, problemas familiares ou emocionais. O timing desta conversa é importante - imediatamente a seguir ao episódio, as emoções podem estar ao rubro e pode ser mais difícil ter uma conversa produtiva, do que uma ou duas horas depois. Por outro lado, chamar à atenção da pessoa à frente dos colegas pode ser humilhante tanto para a pessoa agressora como para a que está a ser alvo do bullying. Começar a conversa por perguntar à pessoa “estás bem?” pode ajudá-la a ficar menos defensiva. Deve ser expressado com muita clareza que o comportamento não é aceitável nem vai ser tolerado. Esta conversa não deverá ser constituída apenas de reprimendas, é importante ajudar a pessoa a compreender as consequências do seu comportamento e lembrar quais as expectativas da escola em relação à forma como nos tratamos uns aos outros, e que as pessoas não precisam todas de ser as melhores amigas, mas não há desculpa para tratar alguém com crueldade ou de forma agressiva. A pessoa deve compreender que o bullying tem consequências reais: mostre-lhe o impacto das suas ações e envolva a família e outros profissionais da escola para uma intervenção mais dirigida. É importante perceber o que motivou a situação. Muitas vezes existem problemas de fundo para os quais a pessoa precisa de apoio, pelo que podemos perguntar o que pode ajudar a resolver esta situação. Se possível, pode-se propor uma ação reparadora construtiva, como por exemplo: um pedido de desculpas, a correção do comportamento incorreto, etc. É fundamental realçar que a pessoa é responsável pelo seu comportamento e clarificar como esperamos que passe a comportar-se a partir de agora. Trabalhe estratégias para desenvolver a empatia e ajude a/o jovem a encontrar formas saudáveis de expressar emoções e resolver conflitos – neste contexto, pode ser necessária intervenção psicológica. Mantenha-se atento/a ao seu comportamento para garantir que há uma mudança real e não apenas temporária, dê à/ao aluna/o oportunidades para demonstrar atitudes positivas e reconheça os progressos. Estes conteúdos foram produzidos pela equipa multidisciplinar da ManifestaMente em Abril de 2025, no âmbito do Kit Básico de Saúde Mental para Jovens - saber mais.
0 Comments
Leave a Reply. |
todos os temas
todos os recursos
todos os conteúdos
Destacamos
|