O racismo consiste em estereótipos, preconceitos e discriminação de pessoas e povos, devido a percepções sociais baseadas em diferenças como a etnia ou a cor de pele. A História está repleta de exemplos de práticas, guerras e conflitos que tiveram por base ideias racistas, como o tráfico transatlântico de escravos, a segregação racial nos Estados Unidos da América no século XIX e início do século XX e na África do Sul sob o regime do apartheid e ainda o Holocausto na Europa no século XX. Vale a pena explicar que do ponto de vista científico, não existem raças humanas, pois todos os seres humanos pertencem à mesma espécie, Homo sapiens. As diferenças físicas, como a cor da pele, o tipo de cabelo ou o formato dos olhos são variações genéticas naturais dentro da mesma “raça humana”. Existem mais diferenças genéticas dentro de qualquer grupo ”racial” do que entre grupos diferentes. Contudo, socialmente o conceito de “raça” foi usado para classificar e diferenciar pessoas com base na aparência, origem e cultura. Infelizmente, isso foi usado historicamente para justificar desigualdades e discriminação. Ou seja, raça não existe como facto científico, mas tem impacto real na sociedade, porque ainda influencia a forma como as pessoas são avaliadas e tratadas. O racismo continua presente na nossa sociedade e pode manifestar-se de várias formas, desde atitudes individuais até políticas institucionais que perpetuam desigualdades sociais, económicas e culturais. Como abordar estas questões na sala de aula?O racismo não é um problema individual, mas uma questão social que precisa ser combatida por toda a sociedade. É algo aprendido e, por isso, uma educação inclusiva, onde ouvimos e valorizamos as vozes das pessoas mais afectadas, é fundamental. O que podemos fazer na sala de aula:
Se alguma pessoa na sala de aula está a ser ou foi vítima de racismo, é muito importante acolhê-la, ouvir com atenção, validar os seus sentimentos e mostrar que não está sozinha. Explicar que a pessoa não tem culpa, que o problema não está nela mas sim na ignorância e preconceitos da sociedade. Deve procurar reforçar a sua autoestima e orgulho na sua identidade, partilhando histórias inspiradoras da sua cultura e/ou etnia. Discuta a melhor maneira de lidar com essas situações no futuro, como não responder ou responder com firmeza. Se o racismo aconteceu na escola, recolha informações sobre a situação e envolva os responsáveis escolares, como a direção. Se a pessoa precisar de ajuda para lidar com esta situação, pode fazer sentido recorrer à/ao psicóloga/o da escola ou outra/o profissional. Estes conteúdos foram produzidos pela equipa multidisciplinar da ManifestaMente em Abril de 2025, no âmbito do Kit Básico de Saúde Mental para Jovens - saber mais.
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