1. O Estigma é um fenómeno global
Globalmente, demasiadas pessoas enfrentam situações de discriminação, exclusão e outras restrições aos Direitos Humanos, por sofrerem de problemas de saúde mental. O estigma é uma das causas que mais contribui para estas desigualdades. Num inquérito realizado pelo programa Time to Change em Inglaterra, dois terços das pessoas inquiridas consideravam que enfrentar o estigma de que são alvo é tão mau ou pior que os próprios sintomas do seu problema de saúde mental. 2. Estigma relativo à COVID-19 é uma ameaça real Em relação à COVID-19, o Estigma tem o potencial de se tornar um fenómeno global que pode até ultrapassar o impacto do próprio vírus. Devido ao estigma, as pessoas afetadas pela COVID-19 sofrem duplamente: pelo impacto direto do vírus na sua saúde, mas também pela discriminação de que são alvo. 3. Que recomendações podemos pôr em prática? Desenhar orientações específicas para os jornalistas e media, que devem fornecer informação equilibrada e evitar títulos ou linguagem sensacionalistas. As intervenções de redução do estigma devem ser dirigidas à população em geral, fornecendo informação factual, mas também, estrategicamente, tentar alterar crenças comuns e mitos sobre a saúde, com vista a corrigir algumas atitudes dirigidas à saúde. Além da população em geral, é importante dirigir as intervenções a grupos específicos da população, que estão em maior risco de experienciar estigma relativo à COVID-19. 4. As campanhas anti-estigma devem caminhar lado a lado com a comunidade Assegurar que as mensagens e iniciativas são distribuídas por organizações e vozes locais, contextualizadas com o conhecimento e circunstâncias da população em questão. É importante envolver a comunidade, para que toda a informação veiculada esteja à medida daquela população e seja coerente com o contexto que esta vive. 5. Dar voz a quem viveu na primeira pessoa Incluir pessoas que vivem ou viveram experiências de discriminação é não só uma recomendação como um direito humano, previsto nos diferentes enquadramentos dos direitos humanos a nível internacional. Isto pode ajudar a que haja uma maior representatividade a nível cultural e que estas pessoas, ao partilhar as suas experiências e histórias de recuperação, possam encorajar e inspirar outras. 6. Dividir uma mudança grande em pequenas mudanças É importante que não nos sintamos assoberbados por todas as alterações estruturais que são necessárias, mas, ao invés disso, pensar em dividi-las em pequenos pedaços de mudança, que são mais atingíveis. Por vezes, podemos criar momentum se nos focarmos nas mudanças dentro de nós e da nossa comunidade. Estas podem, pouco a pouco, criar condições para a mudança política aconteça. 7. Selecionar para melhor atuar! Escolher um ou dois tópicos que nos apaixonem ou sobre os quais tenhamos mais informação para que nos possamos envolver nas nossas ideias e no que queremos fazer na nossa comunidade. 8. Criar um espaço seguro Podemos criar espaços seguros para conversar sobre saúde mental e desenvolver diferentes lideranças baseadas nas experiências vividas, porque é isso que, no fim do dia, vai ajudar a eliminar o estigma. 9. Praticar, praticar, praticar O treino, através, por exemplo de kits, é uma ferramenta vital para ajudar os indivíduos a ultrapassar o estigma que enfrentam e devolverem algo à sociedade, ao educarem os outros sobre saúde mental e discriminação. Foi dado o exemplo da Time to Change em Inglaterra, que trabalha com diferentes escolas, definindo um plano de ação e questionando as escolas sobre o que pode fazer e como o implementaria, dando-lhes tempo para pensar e responder durante as sessões Depois de algumas sessões de treino, é a própria escola que comunica o que tem feito e surge com soluções inovadoras para os seus problemas específicos. 10. Não desistir! Haverá quem nos tente desencorajar ou impedir de fazer o que tínhamos idealizado, mas é importante manter o foco no que nos fez começar e mantê-lo. Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós ManifestaMente, Miriam Garrido Comments are closed.
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Novembro 2024
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