Joaquin Phoenix recebeu um muito merecido Globo de Ouro, Bafta e Óscar pelo seu brilhante desempenho no filme Joker. E embora as alterações climáticas mereçam toda a atenção do mundo, gostaríamos de ter ouvido mais, nos seus discursos, sobre o tema central do filme: a saúde mental. Neste contexto, quis partilhar a minha a experiência, Débora, quando vi o filme.
O que terá acontecido para que tantos risos ecoassem naquela sala de cinema quando o anão não conseguiu abrir a porta? O riso pode ser despoletado como reacção a muitas coisas. O desconforto, a angústia,... podem ser um gatilho. Brasil, década de 50. Museus de arte moderna acolhem nas suas galerias pinturas e esculturas de artistas desconhecidos que muitos críticos consideraram parte dos melhores artistas brasileiros do século XX. Os artistas estavam hospitalizados há várias décadas e haviam sido abandonados pelas famílias. Por trás deste movimento está Nise da Silveira, uma psiquiatra contra os tratamentos convencionais da esquizofrenia da época, que revolucionou o modo de tratar pessoas com sintomas psicóticos promovendo a cura pela arte. Isolada e ridicularizada pelos seus colegas, esta mulher rebelde, frágil, determinada e forte, com uma coragem admirável e uma fé inabalável no ser humano promove de forma ousada e incisiva grandes transformações na ala de terapia ocupacional dum hospital psiquiátrico dos arredores do Rio de Janeiro. É pela terapia pela arte e pela terapia assistida por animais que testemunhamos à transformação dos doentes.
|
Categorias
Todos
Histórico
Janeiro 2021
|