"A resposta da saúde mental no âmbito do SNS tem um enorme desafio neste momento: atuar enquanto a normalidade social possível está a ser gradualmente restabelecida e antecipar as necessidades, e as respostas, no médio e longo prazo." Este artigo do jornal Público da autoria de Ana Matos Pires, médica psiquiatra, reflete sobre a necessidade dos indivíduos e das instituições de se adaptarem aos desafios e às mudanças inesperadas.
Juntos pela saúde mental de todos nós, ManifestaMente O Programa Nacional para a Saúde Mental criou um site com toda a informação que pode ser útil para cuidarmos da nossa saúde mental em tempos de pandemia. Os Serviços de Saúde Mental do SNS organizaram-se para responder às necessidades durante este período de incerteza. Nós aproveitamos para destacar as listagens exaustivas de recursos que estão disponíveis e onde podemos pedir ajuda:
Cuidados Primários Recursos para adultos Recursos para crianças e adolescentes Além disso, o site tem muita informação sobre o COVID-19, sobre saúde mental e sobre a situação que vivemos. Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós, ManifestaMente A atual pandemia convoca-nos para uma situação sem precedentes. Além do que acarreta – questões de saúde, medidas de distanciamento e isolamento sociais penosos, problemas socioeconómicos e em alguns casos, processos de luto – ainda traz consigo a incerteza decorrente de ser novidade, da ciência estar a estudar o vírus e a doença associada ao mesmo tempo que os enfrentamos e de nos obrigar a mudanças rápidas com consequências ainda desconhecidas. A APA (American Psychological Association) define a incerteza como “o estado ou a condição na qual algo (ex., a probabilidade de um determinado resultado) não é conhecido com precisão ou de forma acurada”.
Estranhamente, na fase de confinamento, sabíamos o que fazer, as instruções eram claras e bastante restritivas, mas sabíamos qual era a zona em que estávamos em segurança – em casa. Também, a limitação de liberdade encurtava as opções disponíveis, o que fazia desta fase algo semelhante ao que em psicologia se denomina como uma “zona de conforto”. As zonas de conforto não têm necessariamente de ser locais ou situações onde nos sentimos bem. Brené Brown define a zona de conforto como aquele local onde a incerteza, a escassez e a vulnerabilidade são mínimas, ou seja, “um território onde acreditamos ter algum controlo.” Assim, para alguns de nós, esta fase de desconfinamento será semelhante a abandonar esta nova “zona de conforto” face à ameaça de doença.
Numa altura em que comemoramos um marco histórico que simboliza a nossa liberdade enquanto Povo, vivemos uma situação sem precedente e absolutamente impensável desde que o Estado de Direito Democrático que nos orgulhamos de ter, foi estruturado após a revolução de abril de 1974. Foi em verdadeiro exercício da nossa liberdade que estipulámos as regras de que agora nos socorremos para, em nome de outros valores que também como Povo considerámos importantes, nos privarmos do nosso direito à livre circulação, do nosso precioso direito a “ir e a vir” onde quisermos, como quisermos e com quem quisermos, que encontra expresso acolhimento no art. 27º da Constituição da República Portuguesa.
Perante a situação de calamidade pública provocada por uma pandemia que assolou o mundo, vimos o nosso Presidente da República fazer uso de um poder constitucionalmente estabelecido que bem gostaríamos que tivesse ficado, esse sim, confinado às paredes das faculdades onde se estudam as regras do estado de sítio e de emergência previstos no art. 19º da nossa Constituição. Ontem celebrou-se em Portugal o dia da mãe, figura de referência na vida de todos nós. Num contexto de saúde pública adverso, com efeitos na organização e, muitas vezes, na economia familiares, mães, pais, outros cuidadores, sentem-se sob pressão. Como podemos proteger a nossa saúde e a dos à nossa guarda? Para começar, aceitar que são tempos difíceis, para todos. Reflexões a este propósito neste artigo da Psychology Today.
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