Quem nunca se sentiu ansioso por mudar de casa? Ou por iniciar novas funções no trabalho? Ou por ter uma conversa importante com um amigo? A ansiedade surge quando estamos perante estímulos internos e/ou externos potencialmente perigosos/ameaçadores ao nosso bem-estar e integridade física e psicológica, ou quando antecipamos que estes possam estar presentes, mesmo que não seja o caso.
Mas então porque é que sentimos a ansiedade como algo desagradável? Existe um grau de ansiedade que pode ser considerado normal, que nos permite adaptar ao meio ambiente e às pessoas que nos rodeiam e a ansiedade patológica, que nos provoca desconforto e instabilidade. Para quem não está familiarizado, a ansiedade patológica é caraterizada pela sua persistência, intensidade e comportamentos de evitamento. Passo a explicar com maior detalhe:
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as perturbações de ansiedade apresentam uma elevada prevalência a nível mundial, sendo mais frequentes em mulheres. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-5), existem cinco principais perturbações de ansiedade, sendo o medo a base do estado psicológico que as impulsiona. As pessoas que já tiveram ou têm ansiedade sabem que a mesma pode manifestar-se através de sintomas, quer físicos quer psicológicos. Entre os sintomas psicológicos, existe o medo, a preocupação e dificuldade de concentração/memória, entre outros. Os sintomas físicos podem passar, entre outros, por problemas gastrointestinais, tremores, sensação de falta de ar, aceleramento do batimento cardíaco, dificuldade em dormir e tensão muscular. Sabe-se que a ansiedade pode ter um grande impacto na nossa vida, tanto ao nível pessoal como profissional. No que toca ao contexto profissional, as consequências podem ser: interação restrita com os colegas, padrão de comunicação menos assertivo, dificuldade em impor limites e decréscimo na produtividade, gerando uma “onda” de frustrações e falhas. A pessoa pode também recusar algumas propostas de trabalho com medos infundados – medo do fracasso, medo de falar em público, medo do julgamento. E qual o impacto na vida pessoal? As atividades de lazer deixam de ser prazerosas porque ficar em casa é mais “seguro/protetor”. Os convívios com amigos ficam cada vez mais reduzidos, porque estar rodeado de muitas pessoas pode ser sinónimo de despertar sintomas desagradáveis. O autocuidado fica para segundo plano, uma vez que as preocupações ocupam maior espaço. A prevenção e intervenção precoces nos casos de perturbações de ansiedade são fundamentais para resultados mais eficazes e adaptativos. Se recebermos ajuda especializada podemos contornar com maior facilidade situações menos positivas. Com o acompanhamento adequado, aprendemos a identificar os nossos pensamentos disfuncionais e a atribuir novos significados. Aprendemos que uma boa rotina do sono e alimentação são peças chave para a redução dos sintomas. Aprendemos estratégias para amenizar o impacto da ansiedade no nosso dia a dia e respostas mais adequadas. Não eliminamos a ansiedade mas aprendemos a coexistir com ela. Não adie a procura de ajuda. Todos nós precisamos de um suporte extra de vez em quando e está tudo bem! Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós, ManifestaMente, Amanda Vieira Comments are closed.
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Setembro 2024
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