A imagem de renovação parece emprestar-nos alguma tranquilidade e, em última análise, vem tentar responder a uma necessidade natural – a de nos situar na nossa própria vida. No meio de um registo mais ou menos automático da rotina, precisamos de nos ir encontrando com o que nos move e clarificar para onde nos queremos mover.
Ainda assim, é difícil que a experiência signifique o mesmo para todos nós – para uns, o Ano Novo encerra-se nessa definição, para outros, abre-se espaço a novos ou velhos e crónicos objetivos e, para outros, poderá ainda ser um confronto com uma sensação de angústia e desalinhamento. É curioso como a contagem decrescente para o momento dos 12 desejos serve um ritual que nos leva a tocar no que nos é mais nuclear e, por breves instantes, somos “obrigados” a (re)definir o que realmente nos importa – o que tememos perder e o que precisamos de encontrar em nós e no mundo. Mas há uma diferença entre desejos e resoluções. Nas resoluções, existe um lugar de maior responsabilização – eu preciso de me mover conscientemente em direção a alguma coisa. E se é bom que não esteja tudo nas mãos de um desejo que se pede em segundos, ter mão na nossa vida também pode ser um exercício desafiante. A investigação científica diz-nos que metade das pessoas que estabelece objetivos de Ano Novo, abandona ou esquece-se dessas resoluções ao longo do ano. Então, se por um lado há uma parte nossa que precisa de se relacionar com um “eu futuro”, pode haver uma outra parte que tem dificuldade em concretizar esse cenário e se vai frustrando. Entendendo a singularidade destas experiências, será que podemos transformar a forma como nos comprometemos connosco? Entre reflexões sobre o ano que termina e o que se vai iniciar, talvez possamos ter em consideração alguns pontos:
Dito isto, importa não esquecer que, independentemente da altura do ano, estaremos sempre a tempo de nos alinharmos com as nossas necessidades, já que também elas se podem ir transformando consoante a realidade que vivemos. Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós ManifestaMente, Carolina Madaíl Comments are closed.
|
Categorias
Tudo
Histórico
Novembro 2024
|