Um caminho que, por vezes, pode ser doloroso e que implica, por um lado, tomar consciência das vulnerabilidades e fragilidades individuais e, por outro, comprometer-se com ações que, reconhecendo como benéficas, requerem de cada um uma força de vontade e coragem muitas vezes esquecida ou considerada inexistente.
O caminho para a felicidade pode ajudá-lo a atingir o máximo do seu potencial, na medida em que através dele, será capaz de aprimorar aspetos na sua vida e alcançar um melhor “eu” para si e para os outros. E que difícil é este caminho quando tudo à volta parece desconhecer que este conceito existe! Por isso, um dos aspetos a salientar é a noção de que a felicidade não é algo que simplesmente acontece. Todos temos o poder de fazer pequenas mudanças no nosso comportamento, no ambiente à nossa volta e nas nossas relações que podem colocar-nos no caminho para uma vida mais feliz. E para isso, é preciso compreender e aceitar (repito, aceitar) que não controlamos tudo o que acontece e que está tudo bem. É preciso comprometermo-nos com aquilo em que conseguimos ter impacto e aceitar o que está fora do nosso alcance. Um exemplo prático? Não conseguimos terminar a guerra a que atualmente assistimos, mas podemos, através de pequenos gestos, ser construtores de paz (apoiar com recolhas alimentares, acolher quem chega, não estigmatizar, entre outros). O próximo aspeto que importa salientar é compreender o que é a felicidade. Todos queremos ser felizes, mas poucos sabemos o que é a felicidade e como se constrói. Ora, o conceito de felicidade não é consensual. Contudo, todas as definições revelam dois denominadores comuns: 1. a felicidade envolve emoções agradáveis; 2. a felicidade é caracterizada por sentimentos de contentamento e satisfação com a vida ou com a situação atual. A felicidade pode ajudar a ressignificar acontecimentos mais difíceis que aconteçam e constitui um preditor de uma boa saúde e longevidade. Posto isto, no caminho para a felicidade (assim como todos os caminhos da nossa vida), os momentos de paragem são fundamentais. Por isso, convido-vos a olhar de perto para o modelo P.E.R.M.A. (Seligman) que identifica 5 paragens necessárias: 1. Emoções Positivas - focar nas emoções positivas é mais do que sorrir: é a capacidade de permanecer otimista e ver o passado, o presente e o futuro sob uma perspectiva construtiva; 2. Envolvimento – a sensação de que o “tempo voou” durante uma atividade revela o quão envolvidos realmente estivemos; 3. Relações - relacionamentos fortes podem constituir um suporte em tempos difíceis e que exigem resiliência; 4. Significado – viver uma vida com propósito (algo que pode ser alcançado, entre muitas outras coisas, através da religião, da espiritualidade, ou de ações de voluntariado). 5. Realização - ter objetivos e ambições bem definidas, que ajudem a chegar ao fim do dia com a sensação de “dever cumprido” (aqui, pode começar com pequenas coisas como arrumar o quarto ou lavar a loiça). A acompanhar as 5 paragens anteriores, alguns artigos sugerem ainda outros momentos de pausa que podem ajudá-lo a promover momentos de felicidade: 1. Meditação ou Mindfulness – aprender a ser um observador das experiências interiores, notando as sensações, agindo com consciência (evitando o piloto automático) e focando a mente no aqui e agora; 2. Autocompaixão – que bom é quando aprendemos a falar connosco com a mesma gentileza e compreensão com que falamos a um amigo! 3. Cuidar da saúde física – o sono, a alimentação e o exercício físico são fundamentais para o bem estar emocional; 4. Limitar o tempo de uso das redes sociais – já experimentou contar o número de horas por dia que é passado a fazer scroll no telemóvel? 5. Estar em contacto com a Natureza – caminhadas ao final do dia, um almoço passado num parque de merendas. A Natureza pode acalmar e ajudar a centrar no presente. 6. Cuidar da saúde emocional e, se necessário, pedir ajuda especializada – sem receios, sem medos, com a certeza de que o caminho para a felicidade passa pela capacidade de reconhecer que todas as pessoas falham e que o que as torna únicas e especiais é esta capacidade e humildade de reconhecer que, por vezes, para atingir o máximo do nosso potencial, precisamos de pedir ajuda. E pedir ajuda faz parte da vida. (mais informação aqui) Bom Caminho! Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós, ManifestaMente, Margarida Gonçalves * Para cuidarem melhor da vossa saúde mental, bem como das pessoas que vos rodeiam, podem aceder ao Kit Básico de Saúde Mental: um curso de online e gratuito! Comments are closed.
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