E, não desejamos sentir-nos envergonhados, porque o que os outros pensam de nós pode ficar comprometido de forma negativa, ao falharmos ou esquecermos de incluir alguém na lista de presentes de forma adequada.
[Todos os anos procuro relembrar isto e fazer diferente… nem sempre com sucesso, mas com a certeza de que fiz o melhor que sabia no momento.] Viver a tradição dos tempos modernos desta forma aumenta a pressão que sentimos, derivada de situações que envolvem gastar mais dinheiro do que o previsto, oferecer o presente adequado, corresponder ao que se espera de nós, socialmente, para nos sentirmos validados porque oferecemos na mesma proporção que recebemos... Esta realidade dos nossos tempos pode ser a causa de uma quantidade de sentimentos desagradáveis, desconforto emocional a vários níveis e, até, afectar a nossa saúde e capacidade de resposta a outras situações. Uma Receita para o mal-estar na época de festas Parte da receita para o mal estar pode ser o Excesso. Ao excedermo-nos em coisas como: despesas, responsabilidades, tempo empregue, gestão de expectativas dos outros... podemos estar a construir uma amálgama intragável nesta receita natalícia. Despesas extra, pobre planeamento dos gastos, a não previsão de custos acrescidos, demasiado tempo (de que não dispomos) empregue nas buscas por presentes, falta de disponibilidade para tratar de tudo antes do prazo final, precipitação e compras por impulso... Nesta época, em que tanto falamos da generosidade com os outros, porque não nos incluímos a nós próprios? Descomplicar o Natal é ser-se generoso connosco próprios As estratégias para minimizar os custos pessoais e, se possível, até os custos monetários pode ser uma boa aposta.. A minha história pessoal com estes excessos no Natal ensinou-me a abordar a época de festas de maneira diferente. Oferecer experiências. Doar o meu tempo, a minha presença. Ajudar a completar alguma tarefa que é necessária. Planear um orçamento com antecedência. Fazer os meus próprios presentes. Surpreender os outros com presentes inesperados. Estar presente, de facto, e não apenas presentear. Viver os momentos em família, amigos, em doação do meu tempo para algo maior do que eu. Apreciar a partilha sincera. Desligar o significado do momento do materialismo instalado. Esta não é a solução ideal para toda a gente pois, para muitos de nós, esta estratégia acrescentaria ainda mais stress a todo o processo. Mas, no meu caso, ajudou-me a gerir melhor o Natal. Por exemplo, no Natal de 2020 distribuí uma prenda a que chamei o “Kit de Emergência para Sobrevivência Emocional” que continha coisas como trufas feitas por mim, fotografias especiais, nomes dos familiares escritos pela mão da minha filha - que ainda não sabia escrever muito mais do que letras soltas -, pacotinhos de chá, chocolates favoritos, raspadinhas... cada um adaptado à pessoa que o iria receber e, tendo em vista a possibilidade de ser uma ajuda para o novo confinamento que se esperava após a época natalícia. Gosto de acreditar que, em época de pausa anual, apimentada por esta celebração tão especial, independentemente da nossa realidade religiosa ou espiritual, podemos encontrar uma forma melhor de celebrar. ... mesmo se apreciamos objectos. No meu caso: Livros. Não há Natal sem livros. Livros para dar e livros para ler. Como não falamos até lá, desejo-vos boas festas! Juntos pela saúde mental de todos nós, ManifestaMente, Sara Farinha Comments are closed.
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