Primeiro porque precisamos de tempo para nos ajustarmos a um registo e ritmo diferentes do habitual e, depois, porque o próprio processo de “parar” e alinhar outras questões (filhos, viagens) pode ser mais desafiante do que gostaríamos.
Parece, por vezes, haver um exercício necessário de tomada de consciência sobre o que precisamos e como o podemos encontrar. Até porque nem todos temos de “ir de férias” da mesma forma e à procura da mesma coisa. Se, por um lado, há quem sinta mais necessidade de silêncio e sossego, há também quem procure movimento e desafio. Procuramos sobretudo aquilo que não está a ter espaço para existir ou aquilo que nos é mais familiar e confortável. Talvez seja aqui que precisamos de ter alguma atenção e entender o que nos leva a estar num determinado registo. A verdade é que cada vez mais vivemos uma realidade com muitos estímulos (e de fácil acesso), o que torna mais desafiante estar ligado ao “aqui e agora”. Não é como se responder a esses estímulos se tornasse proibido, tem sobretudo a ver com a consciência com que o fazemos – por exemplo, se passo a tarde inteira a fazer scroll nas redes sociais, posso sentir-me mais distante da realidade; se ocupo todo o meu tempo de férias com planos e tarefas, posso não dar espaço para me aperceber de outras necessidades que precisam de atenção. Estes dois exemplos não estão muito distantes um do outro - em ambos os casos, existe a importância de compreender o que está a impedir de baixar o ruído à nossa volta (ou dentro de nós), até porque, mesmo que inconscientemente, podemos sentir que parar implica o confronto com partes dolorosas ou angustiantes. Estas formas de ocupação vêm então servir uma função protetora aos desafios emocionais. Ainda que essa proteção seja apenas aparente, já que o não confronto impede-nos de lidar com o que precisamos e assim viver na nossa pele com mais conforto e tranquilidade. Sabendo que para muitos o período de férias se aproxima, deixamos algumas sugestões para as viver com mais clareza sobre as suas necessidades:
Estas reflexões, que aqui se focam no período de férias, podem acompanhar-nos noutras fases da nossa vida – a tomada de consciência sobre a forma como estamos a existir será sempre um lugar importante. Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós ManifestaMente, Carolina Madaíl Comments are closed.
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Novembro 2024
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