É no seio da família que desenvolvemos os primeiros laços afectivos, de segurança e apoio que nos permitirão resolver conflitos e encontrar soluções para problemas futuros. Ensaiamos e esboçamos os nossos primeiros conceitos de princípios, moral, valores, opiniões, assim como as formas de estar em relação com os outros no seio familiar. E este processo de socialização define limites e regras para a nossa convivência em sociedade. A creche ou a escola amplia o nosso espectro de relacionamentos. Deparamo-nos com pessoas novas (colegas, professores, etc.) e elas são estímulo para o desenvolvimento de formas de relacionamento e para o treino da nossa autonomia. A escola oferece-nos a oportunidade de desenvolvermos outros mecanismos de crescimento nas dimensões afectiva, social, física, psicológica e cognitiva. Não podemos dissociar a escola e a família do crescer. Nem a importância dos afectos na construção do conhecimento. Por isso o papel da escola não é apenas o da acumulação do conhecimento. É o de promover a saúde dentro do ambiente escolar assim como estimular um espaço de inter-ajuda entre os alunos. Criando um espaço protegido de abertura para que a criança ou o adolescente possa partilhar sentimentos, emoções, afectos e pensamentos. Só assim se pode prevenir a ocorrência da violência, incluindo o bullying. A saúde mental é tão importante como a saúde física para se ter uma vida com qualidade e estão inter-relacionadas. Saúde mental é um estado que permite experimentar emoções, sentimentos, afectos, pensamentos, comportamentos e relacionamentos na vida com equilíbrio e bem-estar. A saúde mental é um continuum, não é algo que se tem ou não se tem. Temos níveis de saúde mental que variam ao longo da vida e que diferem de pessoa para pessoa.
Alunas/os com problemas de saúde mental tendem a manifestar dificuldades de integração na comunidade. Na escola tendem a isolar-se, não convivem adequadamente com a família e não conseguem aproveitar actividades de lazer. Manifestam dificuldades em lidar com as emoções, sentimentos e afectos, manifestam pensamentos e ideias inadequadas, e comportamentos que levam ao isolamento ou a problemas na interacção social. A sua dor e sofrimento manifesta-se de diferentes formas: crises de choro, euforia, ausência e agressividade.
É necessário reconhecer, sinalizar e intervir o mais precocemente possível diante da manifestação de problemas de saúde mental na infância e na adolescência. Em casa ou no ambiente escolar é importante os pais, a família, o/a professor/a identificarem capacidades e reforçarem os aspectos positivos do seu modo de estar e ser. É importante focalizar nos recursos da criança ou adolescente, nas capacidades e talentos que possam potencializar um desenvolvimento saudável e ajudem a lidar com problemas de saúde mental. São exemplos dessas capacidades:
O saber faz-se com o corpo todo. A construção do conhecimento é feita de pensamentos, emoções, sentimentos, músculos, vísceras, intuição, afecto. Para todos nós e especialmente durante a infância o afecto positivo é importantíssimo. O reconhecimento das capacidades e recursos da criança com amorosidade é essencial para que se sinta segura e possa aprender. É necessário que a rede de suporte social, os pais, a família, a escola, o/a professor/a estejam conscientes da importância dos seus actos nesse processo, porque toda a relação é permeada de afecto e as emoções são estruturantes da nossa inteligência. É pelas sensações que o afecto nos proporciona que sabemos quando algo é verdadeiro ou não. E é enquanto crescemos que estamos mais permeáveis e temos maior plasticidade para mudar. Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós manifestaMente, Belina Duarte Comments are closed.
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