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O desconfinamento: das restrições à incerteza

13/5/2020

 
A atual pandemia convoca-nos para uma situação sem precedentes. Além do que acarreta – questões de saúde, medidas de distanciamento e isolamento sociais penosos, problemas socioeconómicos e em alguns casos, processos de luto – ainda traz consigo a incerteza decorrente de ser novidade, da ciência estar a estudar o vírus e a doença associada ao mesmo tempo que os enfrentamos e de nos obrigar a mudanças rápidas com consequências ainda desconhecidas. A APA (American Psychological Association) define a incerteza como “o estado ou a condição na qual algo (ex., a probabilidade de um determinado resultado) não é conhecido com precisão ou de forma acurada”.

Estranhamente, na fase de confinamento, sabíamos o que fazer, as instruções eram claras e bastante restritivas, mas sabíamos qual era a zona em que estávamos em segurança – em casa. Também, a limitação de liberdade encurtava as opções disponíveis, o que fazia desta fase algo semelhante ao que em psicologia se denomina como uma “zona de conforto”. As zonas de conforto não têm necessariamente de ser locais ou situações onde nos sentimos bem. Brené Brown define a zona de conforto como aquele local onde a incerteza, a escassez e a vulnerabilidade são mínimas, ou seja, “um território onde acreditamos ter algum controlo.”  Assim, para alguns de nós, esta fase de desconfinamento será semelhante a abandonar esta nova “zona de conforto” face à ameaça de doença.
Se por um lado a situação de pandemia em Portugal está, felizmente, a ter uma evolução controlada, por outro, esta fase de desconfinamento, ou seja, de retorno gradual às atividades anteriores à COVID-19 e em direção a uma nova “normalidade” sem sabermos muito bem qual será, pode levar-nos a responder à incerteza com medo, desconfiança, ansiedade e stress.

Estas respostas parecem não ter em conta que a incerteza está sempre presente na nossa vida e que, mesmo quando bem informados, as nossas limitações em relação a prever as consequências das nossas decisões e ações, levam a que tenhamos sempre ao nosso lado o desconhecido e o imponderável. Na atual situação, à nossa dificuldade em prever como será a vida daqui para a frente, junta-se a interdependência, a ausência de controlo sobre fenómenos naturais e sobre o comportamento do outro.

Assim, associada à incerteza há a noção de perigo, o que pode nos levar a medos irracionais e a criar cenários irrealisticamente pessimistas. A nossa incapacidade para lidar com a incerteza também pode levar a sentimentos de derrota e de impotência, o que nos torna mais vulneráveis a estados depressivos.
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Porém, nem todos reagimos da mesma forma à incerteza. Não só depende do que está em questão, mas também poderá estar ligado a traços de personalidade ou a aprendizagens que tenhamos feito ao longo da vida. O que é claro da evidência disponível, é que a incerteza pode ter implicações sérias na nossa saúde mental. Por isso, como prevenir os efeitos negativos destas respostas à incerteza sobre a nossa saúde mental? Como conviver melhor com aquilo que, por ora, não podemos controlar?
Existem várias abordagens usadas quando temos dificuldade em lidar com a incerteza. No caso específico desta situação de pandemia, iremos destacar duas. Uma das técnicas consiste em modificar as nossas crenças em relação àquilo que tememos:
  • pensar em termos de probabilidades em vez de possibilidades; por exemplo, em vez de “é possível que isto me aconteça” mudar para “a probabilidade de isto me acontecer é”
  • usar a frequência a nosso favor: se a frequência com que algo acontece (por exemplo, desenvolver sintomas graves da COVID-19) é baixa, a probabilidade de nos acontecer é também baixa,
  • aceitar que nós já convivemos diariamente com a incerteza; por exemplo, ao conduzir, a atravessar a estrada, a consumir alimentos que não cultivámos, atividades para as quais já temos respostas adaptativas adequadas aos desafios.

Outra abordagem possível compreende exercícios de aceitação e mindfulness. Tornar-se mais presente no momento e aceitar a sua experiência atual, isto é, ser mais consciente no aqui e no agora, pode ajudar. O exercício de mindulness pode ser feito no nosso quotidiano, sem necessitar de rituais elaborados e compreende três etapas:
  1. Estar consciente no que está a pensar e a sentir, usando a respiração para permanecer no presente.
  2. Deixar a necessidade de soluções rápidas, talvez dizendo “é apenas um pensamento de que preciso ter certeza, vou deixá-lo ir (o pensamento)”.
  3. Não julgar, aperceber-se dos pensamentos que estão à deriva mas sem os tentar mudar. Depois trazer a atenção para o aqui e o agora. Concentrar toda a atenção nos sons ao redor ou nas sensações do corpo, na respiração ou na tarefa entre mãos.
 
Por último, também ajudará a adquirir alguma segurança e a recuperar algum controlo manter algumas das recomendações da fase de confinamento, em que aprendemos e adquirimos comportamentos que continuam a fazer sentido:
  • manter-se informado mas com moderação
  • continuar a seguir as recomendações das autoridades de saúde: distanciamento social sempre que possível, uso de máscara em locais fechados e de grande afluência, cumprir as normas de etiqueta respiratória, lavar as mãos frequentemente e evitar tocar com as mãos no rosto.

Contudo, se continuar a sentir que a situação ultrapassa a sua capacidade de enfrentá-la, não hesite em pedir ajuda. Mesmo nesta situação, os médicos de família estão disponíveis e há uma ampla oferta de serviços clínicos de saúde mental à distância.

Ainda não sabemos exatamente como vai ser o mundo pós-COVID. Aliás, nem sabemos se haverá um mundo muito diferente daquele a que nos habituámos. No entanto, as aprendizagens adquiridas serão úteis, sendo a mais importante aquela que nos ensina  a não dar como garantido aquilo que mais valorizamos na vida. Ou seja, a aprendizagem de que a incerteza é a coisa mais certa na vida.


Juntos pela saúde mental de todos nós,
ManifestaMente, Raquel Monteiro

Fontes
The Conversation
Psychology Today
Huffington Post

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