[...] Tive de partilhar o computador com os meus 2 irmãos, pois eles também precisavam para as aulas e fazer trabalhos; com a ajuda dos meus pais ajudámo-nos e conseguimos fazemos quase tudo. Mas o pior eram as saudades dos meus amigos e parei de ter aulas de natação e o futebol que eu tanto gosto.
Muitas mudanças aconteceram, agora as aulas já são na escola, mas brincamos apenas com os nossos colegas da turma e às vezes o recreio parece pequeno para o tamanho da nossa imaginação. Fechamos os olhos e imaginamos que estamos num enorme campo de futebol, mas sem bola, que também é proibida. Os professores usam máscara e passamos a vida a desinfetar as mãos com álcool-gel. A Natação e futebol não voltaram e a minha médica diz que eu tenho de ter cuidado com a comida porque tenho agora mais peso. Antes não pensava nestas coisas… Vamos lá aos meus pedidos:
Além do arroz doce da minha avó deixou leitinho para as renas lá fora, combinado?” O Natal faz a delícia das memórias de todos nós, e esta altura do ano, chega-nos usualmente envolta numa enorme magia. Nesse imaginário estão as meias na lareira, a meia-noite e a abertura das prendas, as deliciosas rabanadas, as filhós, o bolo rei e o bacalhau e os convívios à volta da mesa com aqueles que muitas vezes, esperam meses por este momento, para conviver e contar histórias sem fim, ou apenas e tão só para abraçar e amar - momentos que nos enchem e deliciam o coração. A saúde mental passa pela partilha de afetos, os quais nos fazem sentir conectados aos nossos entes queridos, sentir que pertencemos e que somos ouvidos, vistos e aceites tal qual como existimos. A época Natalícia por excelência é rica em encontros familiares ou de outros próximos, os avós revêm os netos e partilham histórias e brincadeiras, os tios brincam com sobrinhos, jogam jogos de tabuleiro e estreitam laços de profundo afeto e carinho. Em tempos de pandemia, não podemos descurar o que, muitas vezes, nos dão verdadeiro sentido da vida, cuidar do próximo e partilhar momentos com os que nos são queridos. Sabemos as consequências que esta pandemia trouxe e como tal não devemos aliviar as medidas de proteção (uso de máscara, desinfeção das mãos e a distância física). No entanto, devemos ter em conta que vários estudos publicados têm mostrado que as crianças não são o principal vetor de contágio deste vírus, mas sim os adultos. O afastamento dos familiares mais idosos e a incerteza de quando vão voltar a ver os netos ou filhos (ou, muitos deles adoentados, se vão voltar a vê-los) podem ser vividos com grande stress e antecipados com tristeza e outros sentimentos como raiva, desespero ou desilusão. Devemos aceitar que estes sentimentos são normais e expectáveis nos tempos em que vivemos. No entanto, é importante não descurar o nosso auto-cuidado e estar atentos ao que sentimos. Se estes sentimentos se tornarem mais intensos, duradouros e interferirem na forma como vivemos o dia-a-dia, podemos e devemos pensar em formas de pedir ajuda. No nosso site, podem consultar os separadores “preciso de ajuda” ou “como ajudar uma pessoa próxima” com informações práticas sobre este tema. Além disto, se ainda não completaram o Kit de Saúde Mental, esta é uma óptima oportunidade para, sozinhos ou em família, o fazerem! Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós, ManifestaMente, Marisol Anselmo, pediatra Comments are closed.
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Fevereiro 2025
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