Sendo assim, o grande desafio é encontrar um significado para o dia-a-dia, o que fortalece a capacidade do ser humano para se adaptar a novas situações e enfrentar os desafios da última fase da vida.
Relativamente ao processo de envelhecimento podemos considerar dois tipos: o envelhecimento primário e o secundário. Enquanto o envelhecimento primário se relaciona com o declínio normal de algumas funções biológicas, o envelhecimento secundário engloba os efeitos que o estilo de vida e os factores ambientais, assim como a presença de doenças, têm em determinadas funções do organismo. Embora a depressão e a demência não façam parte do processo de envelhecimento normal, sabemos que a prevalência aumenta com a idade. A Depressão no Idoso apresenta características atípicas e por vezes é de difícil diagnóstico. Podem estar envolvidos fatores de risco biológicos, psicológicos ou sociais, dos quais se destacam: sexo feminino, solidão, baixa perceção de suporte social, viuvez ou divórcio, baixas condições socioeconómicas, doenças crónicas, dor não controlada, alterações cognitivas (por exemplo, doença de Alzheimer), polimedicação (toma de vários medicamentos ao mesmo tempo) e perturbação do sono. Salienta-se ainda, o luto recente, episódios de depressão prévios, alguns traços de personalidade, abuso de álcool, e mudança de habitação ou institucionalização. Existem sintomas específicos da depressão no idoso aos quais devemos estar atentos:
A COVID–19 veio alterar a nossa rotina e a dos idosos. Em contexto institucional, como nos lares, foi necessário adotar medidas para conter a propagação do vírus, pois os idosos encontram-se numa situação de risco acrescido de maior disseminação da infeção. Foi necessário limitar o número de visitas, assim como a sua duração, havendo mesmo períodos de ausência, o que afeta o bem-estar emocional da pessoa institucionalizada e dos seus familiares. Neste sentido, as videochamadas permitem minimizar os efeitos negativos do distanciamento social. Destaca-se o uso de Equipamento de Proteção Individual por parte dos cuidadores, que dificulta a identificação do cuidador. Falta o contato físico, o toque. O sorriso escondido pela máscara. Salienta-se ainda a preocupação com a família, os amigos, o medo da doença e da morte, e o isolamento físico. Sabemos que estes fatores podem suscitar ou agravar problemas de saúde mental. A vacinação contra a COVID-19 é um sinal de esperança para os idosos e cuidadores. No entanto, continuamos sem resposta para as perguntas que ouvimos diariamente: “Quando é que posso abraçar a minha família? Quando é que tira isso da cara? Quando é que isto acaba? Quando é que voltamos à vida normal?” Vamos estar atentos aos idosos à nossa volta? ManifestaMente, Ana Catarina Teixeira Os comentários estão fechados.
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