É uma época de evolução a nível pessoal e científico, de formação de relações significativas e, muitas vezes, quando se dão os primeiros passos, mais sérios, no que toca à independência pessoal, celebrando-se cada vitória.
Esta altura, cheia de possibilidades e de sonhos, tem também desafios importantes e difíceis. Conhecer uma infinidade de novas pessoas, gerir prazos, exames (conciliando com um trabalho, um voluntariado, um passatempo), gerir finanças, manter relações com amigos e família e, muitas vezes, sair de casa pela primeira vez põe à prova a saúde mental durante o tempo na faculdade. Este é um período de vulnerabilidade, em que encontramos jovens que pertencem às faixas etárias onde surgem, pela primeira vez, vários problemas de saúde mental graves. Acrescentamos uma pandemia e, de repente, estamos a viver algo que pensávamos só ser possível num episódio de “Black Mirror”. Para os estudantes isto implicou continuar lidar com todas as pressões académicas de frequentar um curso superior, com uma redução drástica de tudo o que permitia descomprimir, sem ter um espaço onde estudar, ou fazer refeições fora de casa e, sem que as componentes mais práticas dos cursos, como estágios em empresas, hospitais ou escolas, se realizassem. Um inquérito recente, da Federação Académica de Lisboa, refere que a maioria dos 4013 estudantes inquiridos considera que a sua saúde mental piorou, significativamente, em tempo de pandemia. 17% dos alunos procuraram ajuda especializada na área da saúde mental. Como oferecer ajuda? A maioria dos estudantes que não procuraram ajuda, referem ter ultrapassado as dificuldades sentidas sozinhos ou com ajuda familiares e/ou amigos. É, de facto, muito importante tomarmos conhecimento do que podemos fazer pela nossa saúde mental e recorrermos à nossa rede de apoio quando é possível, mesmo que seja por videochamada. Na ManifestaMente reunimos alguns conselhos para quem quer saber como ajudar outra pessoa. Leiam “Como ajudar uma pessoa próxima” o artigo onde realçamos a diferença que a nossa abertura e presença podem fazer na vida de alguém. Ainda assim, 17,5% é um número importante. Apenas 17,5% procurou ajuda, por questões relacionadas com vergonha ou estigma, em relação a problemas de saúde mental . Falar abertamente sobre estes assuntos de modo a reduzir o estigma associado a problemas de saúde mental é um dos grandes objetivos da ManifestaMente. Assim, aproveitamos para deixar o convite para assinarem o nosso Manifesto pela Saúde Mental. Ler o manifesto ajuda a compreender de que forma o estigma condiciona a abordagem de problemas de saúde mental, e de doenças mentais, algo a que todos nós estamos vulneráveis. Uma parte dos estudantes não procurou ajuda por não conhecer soluções. Neste ponto, sugerimos a consulta da nossa página sobre Como Pedir Ajuda, que facilita a compreensão de que tipo de recursos estão disponíveis no Serviço Nacional de Saúde e dos passos que devem ser dados. Realçamos ainda que muitas Universidades dispõem de soluções de apoio psicológico presencial ou através de linha telefónica. Contactá-los é sempre um passo importante e aconselhável. Finalmente, resta-nos desejar a todos os estudantes universitários umas excelentes férias e deixar o convite para nos contactar, e partilhar connosco um testemunho da vossa experiência durante a pandemia, e do que vos ajudou a manter ou melhorar a vossa saúde mental. Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós, ManifestaMente, Maria Conde Moreno. Comments are closed.
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Novembro 2024
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