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Covid-19 e saúde mental: Perguntas com resposta

15/7/2020

 
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Quantas interrogações já fizemos desde o início da pandemia? Para quantas obtivemos resposta? E quantas dessas respostas são baseadas em evidência?

Realmente, a incerteza tem caracterizado os últimos meses de forma muito constante. Reunir os factos à medida que os conhecemos é, assim,  um exercício muito útil, especialmente no contexto de uma pandemia que nos obriga a mudar a forma como vivemos, trabalhamos e interagimos social e familiarmente, com implicações esperadas, mas não inteiramente conhecidas, na nossa saúde mental.
A BBC produziu um podcast intitulado “The Evidence: Mental health and Covid 19”1, com questões sobre saúde mental em contexto de pandemia, colocadas pelos ouvintes, e para as responder reuniu um painel de cientistas, composto por
  • Manuela Barreto, professora de psicologia na Universidade de Exeter, Reino Unido, especializada no estudo da solidão;
  • Professor Simon Wesley, psiquiatra e director do King Centre for Military Research, Reino Unido;
  • Dr. Joe Daniels, docente de Psicologia na Universidade de Bath, Reino Unido
  • Dr. George Who, psicólogo clínico e chefe da secção de Saúde Mental no Hospital Shanghai United Family Pudong, China;
que  sistematizou e enquadrou alguns dos factos que já conhecemos, inclusive alguns obtidos em regiões como a China, onde os efeitos da pandemia e do confinamento sobre a saúde mental se fizeram sentir primeiro.

Destacamos algumas das questões da primeira parte do podcast e as respetivas respostas, dadas por este painel em linguagem acessível e cingida à evidência que possuímos.
Isolamento

O que sabemos sobre o efeito do isolamento na nossa saúde mental?

A resposta veio certeira: o efeito não é nada bom. Um dos  fatores preditores de sucesso ao lidar com a adversidade é contar com a ajuda de familiares e amigos e ter boas relações sociais, ou seja, dispor de boas redes de apoio. Nesta crise, a solução para a questão de saúde afecta directamente estes factores que nos mantêm sãos em tempos adversos. Nem durante a guerra foi adoptado o distanciamento social e o fecho completo de lugares públicos. Bares, restaurantes, cinemas, teatros, etc., mantiveram-se abertos, embora isso pudesse custar a vida a quem arriscasse sair de casa. Apesar deste risco, a intimidade e o contacto social foram considerados como prioritários. Nesta pandemia, interrompeu-se uma das melhores estratégias que temos para proteger a saúde mental. As redes sociais vieram mitigar alguns destes efeitos negativos, mas para uma parte da população, especialmente para cerca de metade das pessoas maiores de 70 anos, que não as utilizam, o isolamento fez-se sentir duplamente porque a este juntou-se a infoexclusão.


Poderá haver efeitos positivos neste isolamento, como por exemplo, o desenvolvimento de uma maior resiliência?

Sim, poderá haver alguns efeitos positivos dependendo da forma como enfrentamos esta crise. Por exemplo, o sentimento de que estamos juntos nesta adversidade, dado que a ameaça é colectiva, pode fazer com que as pessoas sintam que não estão tão sozinhas como poderiam estar. Sentir que há comunidades disponíveis para as apoiar, ou sentirem que podem apoiar outros, poderá também trazer benefícios como sentido de propósito,  de controlo e conexão, de auto-eficácia (a crença de que se é capaz) e até de realização, tudo isto factores muito importantes para a saúde mental. Os dados obtidos são ainda insuficientes e, por isso, esta é uma questão empírica a examinar quando a pandemia tiver terminado.


Porque é que algumas pessoas lidam melhor com o confinamento e outras sentem-se “enjauladas”?

Cada um de nós desenvolveu estratégias, mais ou menos eficazes, mais ou menos flexíveis, para lidar com as tensões diárias da vida. Por vezes, este repertório de estratégias revela-se insuficiente, especialmente em pessoas com experiência de doença mental.  O que sabemos é que aqueles que são capazes de ser flexíveis ao lidar com os desafios do quotidiano, aqueles que são capazes de responder a situações mais complicadas, os que se sentem mais confiantes de que podem enfrentar as adversidades e ser capazes de usar estratégias para responder às tensões, tais como as que estamos a enfrentar, são os que se saem melhor a longo prazo.

Isto deve-se sobretudo à resiliência; por isso, as pessoas que já enfrentaram adversidades e saíram-se bem estão, à partida, melhor equipadas do que aquelas que, talvez, não tenham enfrentado desafios tão significativos nas suas vidas.
Doença mental

Factores protetores em relação à depressão
O que sabemos sobre saúde mental no contexto de pandemia, a partir do caso chinês?

Os estudos ainda estão a ser realizados mas tem-se olhado para os dados obtidos na China em pacientes, profissionais de saúde, cuidadores, bem como para a população que não foi directamente afectada pela doença, mas sim pelas medidas de prevenção do contágio implementadas.

Uma investigação sobre a saúde mental das crianças das escolas primárias em Wolfhound, detectou que cerca de 26% das crianças que foram inquiridas relataram sintomas depressivos. No entanto, o estudo também assinalou, de forma muito interessante, que existem alguns factores de proteção como o optimismo ou uma perspectiva mais positiva em relação à sua própria saúde ou em relação à pandemia.


Ansiedade
Como são afectadas as pessoas com diagnóstico de ansiedade pelas notícias negativas, as previsões e as projeções constantes sobre a pandemia?

O que já sabíamos, mesmo antes desta pandemia, é que muita informação pode ser bastante prejudicial, especialmente quando é frequentemente negativa, alarmista e/ou sensacionalista. Pesquisas anteriores concluíram que estarmos constantemente a receber informação, por vezes pouco consistente, pode aumentar a ansiedade e causar bastante angústia, e isto é particularmente relevante para a ansiedade relacionada com ameças à nossa saúde e à das pessoas importantes para nós. Também, o que as pessoas tendem a fazer é procurar ainda mais dessa informação para se tranquilizarem, o que mantém o ciclo de ansiedade em curso em pessoas muito sensíveis com o que percepcionam como ameaças.

Mesmo as mensagens fidedignas, que se prendem com medidas de prevenção de contágio, podem ir no sentido de adoção de comportamentos particularmente difíceis para as pessoas com diagnóstico de ansiedade - necessidade de se manter informado, de adotar medidas de etiqueta respiratória, atos repetidos como lavar frequente e demoradamente as mãos, estar vigilante aos sintomas e comportamentos do próprio e do outro - podem ser desencadeadores de angústia e de ansiedade.


Experiência de doença mental
Quem irá sentir maiores dificuldades: pessoas com problemas de saúde mental pré-existentes ou pessoas com problemas de saúde mental diagnosticados pela primeira vez?

Não é possível responder taxativamente. Em ambos podem ocorrer desafios assinaláveis, uma vez que esta pandemia não ocorreu num vácuo, ocorreu em pessoas reais com vidas reais, com verdadeiros factores de stress e outros desafios tangíveis que se estavam a passar antes deste vírus. O stress ou outras dificuldades causadas por este vírus podem agravar as condições clínicas anteriormente existentes. Contudo, pode representar uma dificuldade também em muitas pessoas funcionais e saudáveis que tiveram de equilibrar os seus papéis como profissionais, como pais e como cidadãos. Isto porque a pandemia acrescentou camadas extra de pressão e camadas extra de ansiedade e responsabilidade. Por exemplo, trabalhar a partir de casa e gerir a escolaridade dos filhos, também a partir de casa, pode pensar-se que deveria ser fácil, mas não é. Este equilíbrio difícil pode provocar um sentimento de que há uma diminuição do funcionamento, de trabalho inacabado ou incompleto, de diminuição de produtividade, o que pode ser desafiador para algumas destas pessoas anteriormente bastante focadas e funcionais.


Aumento de perturbações em tempos de pandemia
Existem exemplos históricos de pandemias anteriores que nos permitam antecipar o que pode acontecer à saúde mental, em contexto de crise sanitária?

A maioria das pandemias conduzem a grandes ondas de destruição a nível social e individual. O que se pode afirmar a partir das amostras analisadas em epidemias como a de Ébola é que é esperado um aumento de diagnósticos de perturbações mentais. Sabemos que será pior se houver problemas de saúde mental pré-existentes, será pior entre profissionais de saúde, será pior se se agravarem as situações socioeconómicas do agregado como com a perda de emprego, por exemplo.

Por outro lado, será melhor se se for capaz de mostrar que se agiu altruisticamente, que se lidou bem com a solidão ou que se foi capaz de se proteger a si e aos seus.


Oscilação emocional
Há pessoas que relatam ao longo da pandemia emoções do tipo montanha-russa, uns dias mais optimistas, outros mais catastrofistas.  Como lidar com estas oscilações?

Deve deixar-se espaço para todas estas emoções. Sentir ansiedade nestes tempos é bastante normal e, quando não é patológica, a ansiedade pode encorajar as pessoas a concentrarem-se no que estão a fazer para se manterem seguras, nos seus comportamentos, na parte que controlam. Portanto, é uma resposta muito primitiva, medo e ansiedade, a uma situação de elevada pressão, em que as oscilações são normais.

Para a maioria das pessoas, esta situação é passageira. Porém, para alguns, a ansiedade pode tornar-se mais permanente. Isso é muito desestabilizador, muito inquietante e bastante difícil de gerir, pelo que procurar ajuda para lidar com a incerteza e com a ansiedade fará sentido.

Deste podcast saíram algumas ideias muito interessantes e sublinhamos as  que acentuam o quanto a forma como sairmos desta crise depende de cada um de nós:  
  • Esta é uma experiência coletiva, vivida a nível individual de forma muito diferente, consoante o nosso contexto, a nossa personalidade e a nossa situação prévia de saúde;
  • As nossas estratégias podem variar mas a flexibilidade joga a nosso favor;
  • Sentir emoções difíceis e alguma inconstância é normal - é preciso dar espaço a que se manifestem;
  • O optimismo pode proteger-nos, mas a ansiedade e o medo também podem ser úteis;
  • A nossa saúde mental é parte da nossa saúde global e, assim como protegemos a nossa saúde respiratória, devemos também cuidar da nossa saúde mental em tempos de pandemia por: 1) apostar sobretudo em prevenir e, 2) quando nos sentirmos sem recursos, procurar as ajudas técnicas que se mantêm disponíveis.

* Para informação mais recente consultar este artigo " Pandemia, a quanto obrigas"

Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós,
ManifestaMente, Raquel Monteiro

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