É neste sentido que o desenvolvimento infantil se torna numa das preocupações da Psicologia. Sabe-se que o período da infância ocorre, entre o nascimento e aproximadamente os onze anos, altura em que se inicia a adolescência (Feldman & Papalia, 2013). Denota-se que a qualidade de vida na vida adulta depende de um desenvolvimento infantil saudável. É então enfatizado que a descoberta e o desenvolvimento dos pontos fortes das pessoas ocorre, maioritariamente, através da promoção de um funcionamento positivo desde a infância.
Durante a infância, ocorre a construção da personalidade, que tem influência nos padrões de comportamento da vida adulta, sendo benéfico o trabalho terapêutico com as crianças. Por exemplo, é durante a escolaridade que começam a ser visíveis algumas dificuldades de aprendizagem, perturbações do comportamento e inibições e dificuldades no relacionamento com os outros. Neste sentido, a Psicologia do desenvolvimento tem um papel fundamental: desbloquear estas questões, potenciando a capacidade da criança para continuar o seu desenvolvimento de forma consonante. Não obtendo a ajuda especializada, os sintomas poderão progredir e piorar. No contexto infantil, o trabalho da Psicologia passa por identificar as dificuldades da criança, muitas vezes através de brincadeiras, conversas, desenhos e jogos. Esta área da Psicologia permite facilitar a adaptação da criança aos diversos contextos, valorizar e compreender os diferentes estágios da infância, orientar os pais/família, potenciando o ajustamento emocional. A Psicologia do desenvolvimento permite identificar e intervir precocemente nestas questões de desenvolvimento, comportamentais e/ou emocionais, impactando positivamente o futuro da criança, permitindo que esta se torne num adulto resiliente, capacitando-a com ferramentas que lhe permitem lidar com desafios e adversidades ao longo do seu crescimento. De uma forma geral, a abordagem psicológica na infância pode ajudar a que, no futuro, a criança atinja o seu potencial. De uma forma geral, através de ajuda psicológica, as crianças aprendem a identificar, expressar e regular as suas emoções, levando a que exista uma maior resiliência emocional na vida adulta; ajuda também as crianças a desenvolverem a sua autoconsciência e sentido de identidade, incluindo o autoconhecimento das suas fraquezas, interesses e valores. As interações sociais na infância são determinantes para o desenvolvimento de habilidades sociais e de relacionamentos saudáveis na vida adulta. Neste sentido, no período infantil, a Psicologia pode ajudar as crianças a aprender a colaborar, comunicar de forma eficaz, resolver conflitos e desenvolver empatia, bem como melhorar competências de resolução de problemas e pensamento crítico, permitindo enfrentar os desafios da vida adulta e possibilitando a tomada de decisões de forma consciente. O período da infância é um momento de descoberta intenso e a Psicologia pode ajudar as crianças a identificar e cultivar os seus interesses e paixões, fornecendo o desenvolvimento de talentos e habilidades que podem ter influência e podem ser utilizados na vida adulta, quer seja em carreira ou como fonte de realização pessoal. Em suma, no período infantil, a Psicologia fornece bases emocionais, cognitivas, sociais e interpessoais necessárias para “florescer” em variados aspetos da vida, desbloqueando potenciais na vida adulta. Ver também: - Quando a psicologia se torna importante na vida de uma criança - Ensinar saúde mental com desenhos animados Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós ManifestaMente, Letícia Diana Mendes Referências: -Feldman, R., & Papalia, D., (2008). Studyguide for child’s world: Infancy through adolescence. -Ferreira, P. C., & Lamas, K. C. A. (2020). Aplicações da Psicologia Positiva no Desenvolvimento Infantil: Uma Revisão de Literatura. Psico-USF, 25(3), 493–505. https://doi.org/10.1590/1413-82712020250308 -Santos, E., Medeiros, P. ; & Laport, J. (2023). O papel da psicologia positiva no desenvolvimento infantil. Mosaico - Revista Multidisciplinar de Humanidades 14(2), 2276-2283. https://doi.org/10.21727/rm.v14i2.3680 Comments are closed.
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