A família está presente nas etapas de crescimento e desenvolvimento. No que diz respeito à doença mental, também ela poderá estar presente no início dos sintomas, no pedido de ajuda , na convivência em casa...
Comecemos logo por aí: o início dos sintomas! Para reconhecer que o nosso familiar não está bem psicologicamente, é necessário termos conhecimento sobre os sinais de alarme. Podem ser diversos os sinais e sintomas, mas sobretudo devemos estar atentos a alterações no funcionamento habitual da pessoa. A verdade é que a detecção precoce da sintomatologia é mais difícil do que imaginamos. Todos temos dias em que estamos mais tristes sem que isso queira dizer que estamos deprimidos. A dificuldade está em determinar quando se passou do limiar do saudável para o patológico. As emoções negativas fazem parte da vida - sentirmo-nos tristes com a perda de alguém querido, uma mudança de emprego ou algo que não correu como esperávamos é normal e desejável. No entanto, se estes sentimentos se mantêm no tempo e começam a interferir com a nossa capacidade de gerir o dia-a-dia, pode ser sinal de que precisamos procurar ajuda. Não nos podemos esquecer que, quando a doença se instala no familiar, a própria família também carece de cuidados e os profissionais de saúde estão muitas vezes despertos para isso (Wright & Leahey, 2002). A sobrecarga do cuidador informal é, sem dúvida, uma realidade cada vez mais recorrente. Anteriormente, as pessoas com este tipo de patologia eram institucionalizadas. Atualmente, as mesmas são reinseridas na comunidade e o elo de apoio destas pessoas (quando possível) é - sem dúvida alguma - a família (Borba et al., 2011; Spadini e Souza, 2006; citados por Ramos & Zotesso, 2019). Efetivamente, a família e a pessoa com doença mental devem trabalhar para estar numa balança equilibrada: em que, num lado, está a família e, no outro, está o seu familiar. Ambos necessitam de atenção. Cada um com o seu papel em casa, no trabalho, no lazer e na comunidade. A balança nem sempre está equilibrada e é por isso mesmo que existem recursos disponíveis na comunidade para as famílias e para a pessoa com doença mental. Aqui estão alguns exemplos:
De facto, a família assume um grande papel nesta área: inicialmente na promoção da saúde mental e na prevenção da doença mental, quando (e se) a doença se instalar, a família adota o papel cuidador do seu familiar, prestando-lhe apoio. A família tem muitas vezes de assumir vários papéis e várias responsabilidades, mas não pode - nunca - ser esquecida. Familiarizar-se com a saúde mental é o caminho para prevenir o rumo da doença. E é uma viagem feita em conjunto. Pelo bem de todos. Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós ManifestaMente, Beatriz Gomes Referências : Ramos, A., & Zotesso, S. (2019). Convivência do familiar cuidador junto a pessoa com transtorno mental. Contextos Clínicos, 282-301.Obtido de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cclin/v12n1/v12n1a13.pdf Wright, L., & Leahey, M. (2002). Enfermeiras e Famílias. São Paulo: Roca. Comments are closed.
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