Há um aspeto do comportamento humano, essencial à sobrevivência e evolução comportamental, biológica e psicológica da nossa espécie, que é muitas vezes negligenciado e, erroneamente, tido como dispensável. Esse traço é a paternidade humana, referido pela antropóloga Anne Machin como “a maravilha do pai humano”, traduzido na relação empática e dedicada que o pai humano tende a ter para com a família, sem paralelo na natureza. É esta devoção que, de acordo com Anne Machin, autora do livro The Life of Dad: The Making of the Modern Father (2018), nos afasta dos outros primatas. Assim, é compreensível que tenhamos para com os nossos pais sentimentos que justificam dedicar-lhes um dia, em que celebramos e honramos alguém tão importante para nós. Assinalamos isso, frequentemente, através de um presente. Para muitos de nós, o pai é um símbolo de força, proteção e segurança, a quem recorremos quando precisamos de ajuda. No entanto, a pressão colocada sobre os homens para serem fortes, uma espécie de força que não dá espaço à vulnerabilidade intrinsecamente humana, pode impedi-los – especialmente quando pais – de procurarem a ajuda para lidarem com dificuldades emocionais ou com desafios de saúde mental que podem estar a enfrentar. No entanto, quando os pais não recebem o tratamento ou o apoio que necessitam, toda a família poderá ser afetada. Os dados estatísticos apontam que os homens com maior risco de desenvolverem doenças mentais são precisamente os que são pais. A privação de sono, as preocupações financeiras e o equilíbrio entre as responsabilidades da vida familiar e profissional podem ser os fatores de stress que explicariam este risco acrescido. O risco para os pais aumenta também na presença de antecedentes de depressão major, quando a mãe também apresenta sintomas de depressão pós-parto, quando já houve perdas gestacionais ou quando atravessam um período de insatisfação na relação conjugal ou na vida profissional. Mas, há esperança. A escuta empática à pergunta acima é a segunda parte da nossa sugestão. Se na resposta obtida detetarmos sinais de alerta, a par de outros de que nos tenhamos apercebido, incentivemos a procura de ajuda profissional. Quando juntamos ao nosso amor o apoio à procura de alívio a um pai em sofrimento, poderemos fazer a diferença na vida de alguém tão importante para nós. O ManifestaMente tem informações para auxiliar esta procura de ajuda. E, nunca nos esqueçamos, ESTAR PRESENTE, neste e em todos os outros dias, é o nosso maior presente. Juntos pela Saúde Mental de todos nós, A equipa do ManifestaMente Fontes: Mental Health First Aid Aeon Comments are closed.
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