A psicoterapia é um tratamento psicológico que, segundo a World Health Report (2001,p.62), “visa influenciar o comportamento, o humor e padrões emocionais (…), através de meios psicológicos, quer sejam verbais quer sejam não verbais”.
A existência de diferentes modelos teóricos para a prática da psicoterapia implica que, quer o objeto da intervenção, quer os objetivos da mesma dependem das teorias sobre o funcionamento da mente subjacentes a esses modelos. Ao cliente surge a dúvida sobre qual o modelo mais adequado para si. A investigação nesta área permite reconhecer a eficácia da psicoterapia em diferentes perturbações, bem como concluir que existem modelos de intervenção mais adaptados a umas populações e patologias do que a outras, mas, sobretudo, que a psicoterapia é uma intervenção efetiva num conjunto de perturbações (Leal, 2018). Mas o que a investigação vai revelando também é que mais do que as teorias escolhidas ou as técnicas usadas, a qualidade dos resultados obtidos pelas diferentes psicoterapias deve-se àquilo que é único neste processo:a relação terapêutica, sendo nela que reside o potencial transformador, ou, nas palavras de Brown e Pedder (1997) “o que interessa é como o paciente e o terapeuta se dão juntos”. O que não quer dizer que não existam clientes mais indicados para um ou outro tipo de terapia, por exemplo os terapeutas cognitivo comportamentais desempenham um papel mais ativo e diretivo do que os psicoterapeutas dinâmicos, o que convém a muitos clientes. Também pode acontecer que o cliente se adeque mais a um modelo no início e possa, depois, beneficiar de outro tipo de intervenção. Existem também terapeutas que utilizam estratégias de diferentes modelos teóricos consoante a evolução do processo terapêutico. Primeiramente, quem procura uma psicoterapia poderá perguntar-se “para quem?” e “porquê?”. Qual o sujeito da intervenção, um indivíduo, um casal, uma família? Isto permite fazer uma procura mais direcionada, visto que existem intervenções específicas para cada um destes “públicos”. É essencial também perceber o objetivo de quem procura ajuda, uma vez que algumas psicoterapias visam principalmente a diminuição dos sintomas, a aprendizagem de novas formas de lidar com as nossas experiências, a aquisição de competências, o autoconhecimento, a exploração de processos mais ou menos inconscientes… É essencial procurar um profissional qualificado, sendo a Psicoterapia não uma profissão, mas uma intervenção especializada realizada por profissionais de saúde como psicólogos e médicos que, além de pertencerem a uma Ordem Profissional, adquirem competências específicas como requisito para a prática certificada da Psicoterapia. Na procura de um psicoterapeuta, pode ser útil pedir referências a familiares, amigos, ao médico de família ou outros profissionais de saúde. Hoje em dia, é fácil encontrar profissionais certificados na sua localização geográfica por exemplo no site da Ordem dos Psicólogos Portugueses (Encontre uma Saída). Ainda no site da OPP, é possível consultar quais as Sociedades e Associações de Psicoterapia protocoladas, o que permite, não só ter acesso aos contactos das mesmas, como também obter informações sobre os modelos teóricos subjacentes a cada tipo de psicoterapia e sobre o processo terapêutico proposto – ainda que, em última análise, a decisão sobre o início de uma psicoterapia só possa ser tomada quando tanto cliente como terapeuta mostrem o que podem trazer para a relação terapêutica e o grau de empatia criado numa primeira sessão. Ver também: - Tenho uma consulta de psiquiatria, e agora? - O que acontece num processo de psicoterapia Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós ManifestaMente, Susana Isabel Rodrigues Referências: -Isabel Leal. 2018. Psicoterapias (1º edição). PACTOR. -Brown, D., Pedder, J. (1997). Princípios e Práticas das Psicoterapias. CLIMEPSI. -https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/opp_perguntaserespostassobre_psicoterapia_v2.pdf Comments are closed.
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