Durante a nossa vida, vivenciamos o luto após a perda de alguém ou algo importante para nós, assim como quando passamos por uma mudança de identidade ou papel no decorrer da nossa história. Por exemplo, após o fim de um relacionamento, o divórcio dos nossos pais, a perda de emprego, a mudança de casa ou país, mudanças corporais, etc.
O luto é inevitável no decorrer da nossa vida e muitas das vezes exige uma redefinição de papéis e reorganização das dinâmicas diárias pessoais/familiares. Sabendo que o luto é algo natural, existem múltiplas etapas associadas a este processo que geralmente são experienciadas até conseguirmos encontrar “paz” na perda, sendo que o tempo e a forma como vivemos cada etapa ou a totalidade do processo vai depender da nossa cultura e meio em que estamos inseridos, das nossas experiências pessoais e das nossas crenças. Portanto, a vivência do luto será complexa e diferente para cada um de nós. As fases do luto contemplam: - a negação, que servirá como mecanismo de defesa, um “para-choques” para aliviar a dor e impacto da perda; - a raiva, em que existe uma externalização da dor que sentimos; - a negociação, que nos permite negociar o porquê de a perda ter acontecido e, com isso, atribuir-lhe um significado para uma melhor aceitação; - a depressão, uma fase delicada em que experienciamos a emoção de tristeza e nos apercebemos que nos resta apenas a memória daquilo que perdemos e era importante para nós; - a aceitação, fase final em que encontramos tranquilidade na perda; Algo importante a reter é que este processo é lento e doloroso e isso é normal e faz parte de uma vivência saudável do luto. Quando existe uma ligação interminável com aquilo que perdemos e uma fuga para experienciar as emoções associadas a este processo, podemos estar perante o chamado luto patológico e este processo pode ser intenso e duradouro, não nos permitindo ultrapassar e aceitar a perda. O luto patológico é uma condição que se caracteriza pela intensificação do luto a um nível que pode originar um comportamento desajustado face à perda. Existem várias condições que influenciam o processo de luto, como as características da pessoa que se perde, a ligação que tínhamos com a pessoa ou objetivo perdido, as circunstâncias da perda, a nossa personalidade e história pessoal e até o meio social em que nos inserimos. Todo este processo leva a que sintamos várias emoções e que tenhamos tempo para processar a perda e, assim, conseguir seguir em frente. No final, apenas resta a saudade e as lembranças guardadas para sempre na nossa memória. A importância de ter uma rede de apoio próxima ou o apoio de um profissional de saúde especializado na área da psicologia é crucial para a vivência saudável do luto. Sendo assim, se sentires que precisas de apoio, a quem podes pedir ajuda e como? Recursos importantes: Preciso de ajuda Preciso de ajuda urgente Estou a pensar em fazer mal a mim próprio https://prevenirsuicidio.pt/c/preciso-de-ajuda/ Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós ManifestaMente, Isabel Oliveira Referências: 1.Ramos, V. (2016). O processo de Luto. Em: Psicologia.pt - O Portal dos Psicólogos. ISSN 1646- 6977. 2.Costa, T. (2012). O Luto como o vivemos: Educar para a perda. Relatório de Mestrado em Educação para a saúde. Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico de Coimbra. 3.Basso, L. e Wainer, R. (2011). Luto e Perdas repentinas: Contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas. 7 (1): 35-43. Comments are closed.
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