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Prevenir o Suicídio na Comunidade Escolar

4/9/2023

 
Fotografia
Em setembro, celebra-se o mês da prevenção do suicídio, um mês que reúne diferentes iniciativas para consciencializar sobre este problema crescente. Sabemos que o suicídio é mais frequente em idades mais avançadas, sendo inclusive considerado fator de risco para suicídio ter mais de 45 anos. Contudo, segundo dados da OMS, o suicídio é uma das três principais causas de morte entre jovens dos 15 aos 24 anos. Assim, torna-se evidente a importância de abordar este tema junto da comunidade escolar, para prevenir situações de risco entre os mais jovens.
A adolescência é uma fase importante no desenvolvimento da pessoa, tratando-se da fase biológica de transição entre a infância e a idade adulta. Contudo, a par das alterações biológicas, é caracterizada por inúmeras alterações também psicológicas e sociais importantes, tratando-se de um período de mudança importante para os jovens. A acompanhar todas estas alterações, com a exploração de novas oportunidades e uma liberdade diferente, muitos jovens depararam-se com momentos de ansiedade sobre a sua identidade, relações afetivas o seu desempenho académico e o futuro. É normal haver momentos mais conturbados e aflitivos neste período, contudo, para alguns jovens, esta angústia pode tornar-se excessiva e avassaladora. Isto pode levar a dificuldades importantes no seu dia a dia, com compromisso do seu funcionamento e grande sofrimento. Sabemos ainda que, segundo a OMS, metade das doenças mentais da idade adulta têm início por volta dos 14 anos de idade. Assim, é importante prestar atenção aos jovens e estar alerta a sinais que nos possam indicar que pode haver risco de suicídio e que é necessária uma intervenção.

Tal como no resto da população, nos adolescentes o suicídio é um fenómeno complexo e multideterminado, não sendo atribuível a um evento ou fator único. No entanto, existem alguns sinais de alarme a que devemos estar atentos:
​
  1. Uma queda abrupta no rendimento escolar, dificuldades de concentração de início recente;
  2. Igualmente preocupante é ouvir um jovem dizer que não tem esperança no futuro ou que que morrer ou matar-se; 
  3. Maior irritabilidade ou variações de humor extremas, que levam a conflitos frequentes na família ou na escola, também são sinais de alarme;
  4. Alterações no comportamento, agindo de forma ansiosa ou imprudente, consumos de álcool ou outras drogas; 
  5. A relação entre pares é importante e muitas vezes ilustrativa da saúde mental do jovem, pelo que observar um isolamento crescente, negligência dos cuidados pessoais ou perda de interesse pelas atividades habituais é também um sinal de alarme;
  6. Alterações no sono ou apetite, com aumento ou diminuição destes, com variações do padrão habitual do jovem podem também representar um sinal importante;
  7. É também importante prestar atenção a perdas recentes que o jovem tenha sofrido, como a de algum amigo ou familiar; 
  8. Por fim, devemos estar atentos a preparativos para a morte, como cartas de despedida. 

O que fazer nestas situações? É importante falar com o jovem num local privado, mostrar preocupação e, sem qualquer tipo de julgamento, escutar o que o jovem tem para dizer. Se este não se mostrar recetivo a falar, encorajá-lo a conversar com algum adulto em quem confie, como um membro da família ou uma pessoa de confiança da escola.

Os pedidos de ajuda devem ser levados a sério: se o jovem verbalizar intenção ou vontade de fazer mal a si próprio, deve ser procurada ajuda médica diferenciada de forma imediata, e não deixar o jovem sozinho.

A prevenção do suicídio é uma missão de todos nós: todos temos uma palavra a dizer.

Recursos importantes no site da ManifestaMente:
Preciso de ajuda urgente
Estou a pensar em fazer mal a mim próprio
Mais artigos sobre este tema

Juntos pela Saúde Mental de Todos Nós
ManifestaMente, Joana Romão​

Referências:
1.https://prevenirsuicidio.pt/  
2.https://www.who.int/publications/i/item/preventing-suicide-a-resource-series 
3.https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/plano-nacional-de-prevencao-do-suicido-20132017-pdf.aspx   


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