Numa altura em que comemoramos um marco histórico que simboliza a nossa liberdade enquanto Povo, vivemos uma situação sem precedente e absolutamente impensável desde que o Estado de Direito Democrático que nos orgulhamos de ter, foi estruturado após a revolução de abril de 1974. Foi em verdadeiro exercício da nossa liberdade que estipulámos as regras de que agora nos socorremos para, em nome de outros valores que também como Povo considerámos importantes, nos privarmos do nosso direito à livre circulação, do nosso precioso direito a “ir e a vir” onde quisermos, como quisermos e com quem quisermos, que encontra expresso acolhimento no art. 27º da Constituição da República Portuguesa.
Perante a situação de calamidade pública provocada por uma pandemia que assolou o mundo, vimos o nosso Presidente da República fazer uso de um poder constitucionalmente estabelecido que bem gostaríamos que tivesse ficado, esse sim, confinado às paredes das faculdades onde se estudam as regras do estado de sítio e de emergência previstos no art. 19º da nossa Constituição.
A ‘nossa casa’ pode não ser um porto seguro para todos. Decretado o estado de emergência e aconselhado o isolamento em casa, as pessoas que são alvo de violência em casa estarão, assim, sob maior risco.
A violência doméstica é um crime público e denunciar é uma responsabilidade de todos nós. Não é só no hospital que se salvam vidas, qualquer um de nós pode estar a salvar uma vida ao ligar o 800 202 148. Como somos uma Inciativa Cidadã pela Saúde Mental, só faz sentido trabalharmos em conjunto com quem também se interessa por Saúde Mental!
Sempre tivemos várias pessoas a vir ter conosco e oferecer-se para ajudar, desde o tempo em que a ManifestaMente era apenas uma ideia - e foi assim que a equipa foi crescendo. E para grande tristeza nem sempre foi possível encontrar resposta para todas as ofertas de ajuda que recebemos - às vezes as pessoas ofereciam ajuda e nós nem sabíamos bem como as podíamos incluir. Mas temos tantas ideias que queremos pôr em prática, que sentimos mesmo muita falta de termos mais pessoas connosco para as concretizar. Assim sendo, juntámos cabeças para identificar coisas concretas em que precisamos de ajuda, valorizando os talentos de cada um. Curiosos? Na primeira parte deste artigo falámos do que é ser inclusivo. Hoje falamos de como ser mais inclusivo.
Quando nos aproximamos ou interagimos com alguém novo e desconhecido, o preconceito limita a nossa abertura e aprendizagem. Para além do mérito que a diversidade e a inclusão têm, evitá-los tem consequências reais e estigmatizantes. Por isso, o combate ao preconceito e ao estigma é essencial. Pessoas naturalmente inclusivas estão orientadas para estar em relação com pessoas semelhantes e diferentes. São menos influenciadas por preconceitos implícitos. São intrinsecamente motivadas. O que podemos aprender com elas? O que podemos fazer? Ser é “ter lugar”: que é como quem diz, a permissão para ser nasce connosco.
Parece fácil concordar porém tendemos a sentir-nos mais confortáveis junto de quem percebemos como semelhante. Sentirmo-nos ligados a pessoas ou grupos “diferentes” é algo menos imediato… podemos julgá-los e mudar o nosso comportamento sem mesmo nos darmos conta. Todos temos preconceitos implícitos (ou atitudes preconcebidas). Escolher mudar os nossos preconceitos e o que sentimos pode ser um desafio. Porquê? Já podes ajudar a ManifestaMente a sensibilizar as pessoas que te rodeiam para a importância da saúde mental com os nossos produtos super úteis e ecológicos!
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Junho 2022
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